MEIO AMBIENTE
Foto: Unplash

Camadas de gelo derretem em ritmo acelerado na Antártica e Groenlândia

Estudo mostra que o derretimento atual é três vezes mais rápido do que há 30 anos

Por: Júlia Castello
Da redação | 22 de abril de 2023 - 20:55
Foto: Unplash

Um estudo internacional, financiado pela NASA e pela Agência Espacial Européia -ESA, mostrou que as camadas de gelo da Groenlândia e da Antártica estão derretendo três vezes mais rápido do que há 30 anos atrás. Para chegar nos novos números, que a comunidade científica chama de “alarmantes e devastadores”, os pesquisadores analisaram 50 registros de diferentes satélites.

De acordo com o estudo, de 1992 a 1996, as duas camadas, que contêm 99% do gelo de água doce do mundo, encolheram 116 bilhões de toneladas por ano. A extensão equivale a dois terços de toda a Antártica.

Dados alarmantes 

Na Groenlândia, o estudo mostrou que, de 2017 a 2020, o derretimento médio anual da região foi 20% maior ao ano do que no início da década. Em relação ao início dos anos 1990,  a estimativa é sete vezes maior que o encolhimento anual neste período.

O derretimento das camadas de gelo contribui para o aumento no nível dos oceanos. (Foto: FreePik)

“Enquanto a perda de massa da Groenlândia está superando a da Antártica, há áreas mais problemáticas no sul, notavelmente o comportamento da geleira ‘Thwaites’, que foi apelidada de Geleira do Juízo Final”, afirmou Mark Serreze, diretor do centro de neve e gelo dos Estados Unidos.

Consequências devastadoras 

Além do impacto da fauna e flora das regiões, levando a extinção de diversas espécies, o derretimento das geleiras provoca aumento do nível do mar. De acordo com o pesquisador da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos e ex-integrante da NASA, Waleed Abdalati, os resultados da pesquisa já antecipam consequências muito preocupantes para todo o planeta.

“Isso é importante porque o aumento do nível do mar deslocará e/ou afetará financeiramente centenas de milhões de pessoas, senão bilhões, e provavelmente custará trilhões de dólares”, afirmou Waleed.

A principal autora do estudo, Ines Otosaka, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, reforçou que a perda acelerada da camada de gelo é claramente causada pela mudança climática. O ser humano é o principal responsável por estas mudanças e por isso, segundo ela, existe a necessidade urgente de realizar ações efetivas de controle.

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