MEIO AMBIENTE

Os países europeus que pagam para as pessoas usarem bicicletas

Pedalar para ir ao trabalho pode significar um dinheiro extra, além dos benefícios para a saúde

Por: Júlia Castello
Da redação | 27 de fevereiro de 2023 - 21:55

Com o intuito de estimular, um hábito que já virou comum em muitas regiões, países europeus têm criado políticas públicas para quem se locomove para o trabalho de bicicleta.

A Holanda é um dos países que têm mais ciclistas no mundo. Em média, os holandeses pedalam 2,6 quilômetros por dia. O alto índice não é mera coincidência. Desde 2006, o governo oferece um subsídio de quilometragem para os usuários. As empresas recompensam os ciclistas com 0,19 euros por quilômetro, um gasto que o governo permite que eles deduzam de seus impostos. Um trabalhador que pedale 10 quilômetros por dia, cinco dias por semana, pode ganhar cerca de 450 euros por ano com a política.

Um estudo estima que, se este padrão holandês se tornasse comum em todo o mundo, as emissões globais anuais de carbono cairiam em 686 milhões de toneladas. Para se ter uma ideia, o valor equivale a mais do que toda a emissão de carbono emitida pelo Reino Unido. Além de benefícios para a saúde, trocar os carros e ônibus pela bicicleta impacta diretamente na emissão de gases do efeito estufa. Estima-se que o setor de transporte é responsável por um quarto das emissões globais.

Pedalar para ir ao trabalho, um incentivo na luta contra a queima de combustíveis. (Foto: FreePik)

Bélgica e França

Outro país europeu, que possui uma política semelhante à da Holanda é a Bélgica. Lá, os trabalhadores podem receber 0,24 euros por quilômetro pedalado. De acordo com o Brussels Times, um em cada cinco funcionários de pequenas e médias empresas belgas recebeu um subsídio de bicicleta no primeiro semestre de 2022.

Na França, os ciclistas podem reivindicar 0,25 euros por quilômetro percorrido de bicicleta para o trabalho. Após o início do programa, ainda em fase de testes, houve um aumento de 50% no número de pessoas que pedalam para ir ao trabalho. Até o momento, participam da ação liderada pelo governo, 18 empresas francesas.

Itália, Reino Unido e Luxemburgo

Na Itália, o acesso ao subsídio depende da cidade em que se vive. A possibilidade de receber subsídio e quanto, depende do governo local. No município de Bari, na região de Puglia, os usuários de bicicleta recebem 0,21 euros por quilômetro percorrido de bicicleta para o trabalho. Por mês, existe um limite de até 25 euros de créditos.  Já em todo o território nacional, a Itália oferece políticas de descontos ou mesmo vouchers para a compra de uma bicicleta nova.

Alguns países não oferecem créditos por quilômetro rodado pelos ciclistas, mas garantem incentivos para a compra de uma bicicleta. Esse é o caso do Reino Unido e de Luxemburgo. Para os britânicos, é possível solicitar uma bicicleta como meio de transporte para a empresa em que se trabalha ou reivindicar até 32% do custo real da bicicleta em deduções fiscais.

Em Luxemburgo, as pessoas que utilizam a bicicleta para ir ao trabalho podem deduzir até 300 euros (cerca de 5,5 mil reais) no Imposto de Renda para a compra de uma bike nova.

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