INTERNACIONAL

Segurança de cabos submarinos preocupa Europa

Europeus querem proteger cabos de fibra óptica que transportam 99% do tráfego global da internet

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 13 de outubro de 2022 - 18:28

A sabotagem dos oleodutos Nord Stream, no Mar Báltico, é o primeiro grande ataque à infraestrutura marítima da Europa.  Esse fato, trouxe preocupação à Comissão Europeia e ao Parlamento Europeu não apenas com os gasodutos, mas também com os cabos submarinos, que atendem às empresas de dados e telefonia. Agora, a grande questão é a seguinte: como proteger também os cabos que conectam a Europa com o resto do mundo? Atualmente existem 464 linhas de cabos submarinos cruzando os oceanos e 1.245 pontos de conexão em terra atualmente ativos ou em construção.

cabos submarinos

“Precisamos proteger nossa infraestrutura crítica”, disse Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, lembrando que os cabos submarinos de fibra óptica transportam 99% do tráfego global da Internet. E completou: “os atos de sabotagem contra os oleodutos Nord Stream mostraram a vulnerabilidade do nosso abastecimento de gás natural”, disse ela, ao convocar os países da União Européia para cuidar da segurança desses equipamentos.

Em debate sobre a guerra na Ucrânia no Parlamento europeu, von der Leyen, apresentou um plano de ação com alguns pontos.  Diante disso, vieram as dúvidas. Será que ele será suficiente para proteger toda a infraestrutura da Europa, incluindo os gasodutos, oleodutos e os cabos de comunicação?

O primeiro item do documento fala em incentivar os estados membros a identificar suas infraestruturas críticas e garantir a comunicação dos incidentes. O segundo é realizar um “teste de estresse” para identificar os pontos fracos. “E, claro, temos que preparar nossa reação a uma ruptura repentina”, disse a presidente da Comissão Europeia. Eles são úteis para aumentar a confiança entre as agências estatais e o setor privado. No entanto, a Comissão não forneceu mais detalhes de como esses testes poderão ser feitos.

“Apoiar os estados membros atingidos por um interrupção na infraestrutura com combustível e geradores” é o terceiro item do plano de ação. Outro ponto do plano é “usar toda a capacidade de vigilância das imagens de satélite fornecidas pela Agência Espacial Europeia para detectar potenciais ameaças”, diz van der Leyen. Num primeiro momento parece uma grande ideia, mas não é tão simples assim.  Quem analisará as imagens? Como as conclusões dessas análises serão compartilhadas entre os estados membros? Quais serão as ações tomadas depois disso? Até agora, nenhuma das agências da UE tem autorização sobre o assunto.

Os satélites são uma parte útil do quadro de vigilância, mas só são eficazes se forem complementados com outras ferramentas, como a vigilância do tráfego marítimo, aeronáutico e das fronteiras. Outro ponto que precisa ser decidido sobre a nova política de segurança e defesa da UE é como não duplicar a estrutura que já existe a Otan, a aliança militar ocidental, e seus parceiros.

Por último, não se pode esquecer que o parceiro mais importante na proteção das infraestruturas marítimas críticas da UE é o Reino Unido, por onde passa a maioria das conexões dos cabos submarinos.

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