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Rússia procura mais 400 mil “voluntários” e recrutas

Sem conquistar novas vitórias na Ucrânia, Putin ordena a mobilização de mais tropas e armamentos

Por: Carlos Taquari
Da redação | 25 de março de 2023 - 21:55
Associated Press

Diante da perspectiva de um prolongamento da guerra na Ucrânia e sem alcançar novos avanços no território ucraniano, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a mobilização de mais 400 mil soldados, entre voluntários, de idades variadas, e recrutas, aqueles que estão na idade de prestar o serviço militar ou se aproximando do limite.

De acordo com os estrategistas do Kremlin, esse tipo de mobilização tem dois objetivos principais: garantir o envio de novas tropas para as frentes de combate e, ao mesmo tempo, evitar o deslocamento das tropas profissionais, que integram a parte mais profissionalizada e experiente do Exército russo.

A decisão também sinaliza que os conselheiros de Putin continuam acreditando que podem vencer a guerra na Ucrânia utilizando recrutas, reservistas e apenas alguns batalhões do Exército, além dos mercenários do grupo Wagner. Esse grupo, comandado por um bilionário amigo de Putin, é integrado por “voluntários”, recrutados no interior do país, sob a promessa de bons soldos e da divisão de espólios tomados nas cidades ocupadas. Prisioneiros, entre os quais ladrões, assassinos, estupradores e golpistas, também são despachados para combater nas fileiras do grupo Wagner, ganhando a liberdade em troca da promessa de lutarem contra os ucranianos.

Para escapar do recrutamento obrigatório, milhares de jovens russos ou mesmo adultos têm fugido para o Exterior, principalmente para países da Europa. Na tentativa de atender às demandas de Moscou, autoridades regionais impõem cotas a administradores locais (equivalentes a prefeitos) para completar o alistamento obrigatório. Esses administradores indicam para os comandantes militares os “potenciais voluntários”. Isso acontece, principalmente, nas zonas rurais e os alvos principais são os jovens das famílias de agricultores que não dispõem de recursos para enviar seus filhos para o Exterior.

Desde a metade do segundo semestre de 2022, a Rússia já despachou mais de 300 mil soldados para a Ucrânia, além de grande quantidade de armas e munições. Apesar de toda essa mobilização, as tropas russas não têm conseguido avanços significativos. Tanto russos como ucranianos têm sofrido pesadas baixas nas diversas frentes de combate, no leste da Ucrânia.

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