INTERNACIONAL
Putin: desgaste (Foto: Kremlin.ru)

Rumores de golpe circulam no Kremlin. Cresce o desgaste de Putin

Derrotas na guerra, revolta entre as famílias que perdem seus filhos no conflito e recessão econômica podem levar à queda do czar

Por: Carlos Taquari
Da redação | 6 de dezembro de 2022 - 21:55
Putin: desgaste (Foto: Kremlin.ru)

Depois de 9 meses de guerra, sem uma perspectiva de vitória no horizonte, muitos se perguntam, em Moscou, se o presidente Vladimir Putin vai sobreviver no cargo até o final de seu atual mandato, em 2024. Rumores de golpe, que começaram a circular desde o início da guerra na ucrânia, em Fevereiro, aumentaram após as recentes derrotas no front militar, segundo o jornal Daily Mail, de Londres.

Entre os fatores que têm provocado o desgaste de Putin e que podem levar a um golpe destacam-se:

Entre os nomes apontados como possíveis substitutos de Putin, caso ele seja afastado do poder, incluem-se algumas figuras que, embora tenham crescido à sombra de Putin, podem ser tentados a tomar o lugar do chefe. Entre eles incluem-se: o chefe do grupo de mercenários Wagner, Eugeny Prigozhin; o chefe militar da Chechênia, Ramzan Kadyrov; Nikolay Patruschev, ex-chefe da FSB, que substituiu a antiga polícia secreta, KGB, cargo que também foi ocupado por Putin; Sergei Kyrienko, chefe do staff doméstico do Kremlin. Todos eles têm fortes ligações com Putin mas, segundo rumores, poderiam ser tentados a ocupar um eventual vazio no poder.

Dois golpes recentes

Derrota Guerra

Yeltsin: salvou Gorbachev de um golpe, mas foi vítima de outro levante militar. (Foto: Kremlin.ru)

A Rússia passou por dois golpes em tempos recentes. O primeiro foi em 91, quando um grupo da linha dura comunista tentou derrubar o então presidente soviético, Mikhail Gorbachev. Estavam envolvidos no golpe o chefe da KGB e a cúpula militar do país, o chamado “Grupo dos 8”.

Eles aproveitaram a saída de Gorbachev para umas férias em sua residência de verão, na Crimeia, para aprisioná-lo lá.

Leia também:
Inteligência artificial pode levar à extinção da humanidade, alertam especialistas
Israel anuncia tratamento revolucionário contra o câncer

Tanques tomaram as ruas de Moscou. Os golpistas assumiram o controle das emissoras de rádio e televisão do país e anunciaram que haviam tomado o poder. Mas o golpe enfrentou resistência. Manifestantes liderados pelo presidente da República da Rússia, Bóris Yeltsin enfrentaram os militares e promoveram um levante popular.

Comandantes das tropas anunciaram que não iriam disparar contra civis desarmados e se colocaram ao lado dos manifestantes. Soldados começaram a desertar e o golpe dividiu o país. O golpe fracassou e Gorbachev retornou ao poder 3 dias, após sua detenção, mas bastante desgastado. Aproveitando o vazio, Ieltsin assumiu o poder.

O segundo golpe aconteceu em 93 contra Boris Yeltsin, então o primeiro presidente eleito da nova Federação Russa, após a o desmoronamento da antiga União Soviética. A revolta começou com a recusa do Parlamento em aprovar as reformas anunciadas por Yeltsin para desmontar o antigo aparelho de poder soviético.

Houve um impasse e o Parlamento declarou o impeachment de Yeltsin. Manifestantes tomaram as ruas de Moscou e o Exército, que a princípio havia se declarado neutro, saiu em apoio a Yelstin. Tanques cercaram e bombardearam o prédio do parlamento forçando os golpistas a se renderem calcula-se que entre 200 a 400 pessoas morreram nos combates. Apesar das pressões do Parlamento, Yeltsin conseguiu se manter no poder.

Em 1996, Yeltsin foi reeleito para mais um mandato, mas acabou sendo internado poucas semanas depois, para colocação de uma quinta ponte safena. Três anos depois, escapou de uma nova tentativa de impeachment, mas pouco depois renunciou, cedendo o poder a Vladimir Putin.

Leia também:
Produtos biológicos ajudam o solo e reduzem os gases do efeito estufa
Putin: desgaste (Foto: Kremlin.ru)

+ DESTAQUES