Arcebispo brasileiro teve papel importante na luta por direitos humanos
A Congregação para as Causas dos Santos, órgão da Cúria Romana responsável pelo processo de canonização dos santos da Igreja Católica, informou que a beatificação do Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara, morto em agosto de 1999, avançou para a próxima fase no Vaticano. Esta é uma das etapas para que o bispo brasileiro seja reconhecido como beato e, posteriormente, como santo pelo Papa Francisco.
“O vice-postulador da causa de Dom Hélder Câmara, frei Jociel Gomes, comunica que foi emitido, em Roma, o decreto de validade jurídica do processo, reconhecendo todos os atos e toda a documentação feita à arquidiocese foram aprovados pelo Dicastério para a Causa dos Santos”, anunciou o arcebispo Dom Antônio Fernando Saburido.
O atual arcebispo de Olinda e Recife comemorou a decisão do Vaticano. “É um grande passo, pois, de agora em diante, será nomeado um relator, a fim de que o Papa possa o declará-lo venerável”, afirmou Dom Saburido.
Dom Hélder foi um dos fundadores da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em 1952. Foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife três semanas antes do golpe militar, em 1964. O religioso atuou decisivamente contra o regime militar, denunciando violações de direitos humanos e prestando apoio às vítimas do governo ditatorial.
Dom Hélder morreu em Recife, aos 90 anos de idade. Em 2015, foi iniciado o processo de beatificação e canonização do arcebispo que já recebeu o título de “Servo de Deus”, a primeira designação na escala de santificação da Igreja Católica.
Em 2018, um dossiê de 197 páginas foi enviado ao Vaticano contendo laudos, pareceres e relatos de pessoas que conheceram Dom Hélder e atestando a realização de um possível milagre, mantido em sigilo.
No processo de santificação de Dom Hélder Câmara existem 54 relatos de pessoas atestando a existência de um milagre póstumo atribuído ao religioso, mas, para a beatificação ser aprovada, é necessário que haja a comprovação do milagre. Já para a canonização do bispo brasileiro, é necessária a comprovação de um segundo milagre.