O mundo se encontra num momento de transição que coloca a ordem global à beira de um precipício, como resultado de uma série de crises políticas e econômicas, além de outros fatores, como saúde, tecnologia e meio ambiente. Esta análise faz parte de um estudo do Ministério de Inteligência de Israel divulgado, parcialmente e com exclusividade, pelo jornal Jerusalem Post.

Participaram do estudo agentes do Mossad (o serviço de inteligência encarregado das ameaças externas) e do Shin Bet (em hebraico, Serviço Geral de Segurança, responsável pelos assuntos internos).

Entre os fatores que constituem focos de desestabilização, segundo a análise, destacam-se: a queda na confiança nos governos e instituições; as mudanças tecnológicas, crises na saúde, desafios climáticos, recessão econômica e queda na oferta de alimentos e combustíveis. A questão do acesso à água potável, em todo o planeta, é outro ponto que deveria preocupar todos os governos, lembram os especialistas.

O documento chama a atenção para o fato de que as grandes potências – Estados Unidos, China e Rússia – estão passando de uma fase de concorrência aberta para confrontos mais acirrados, com risco de repercussão em escala global.

Conjunto de crises leva o mundo à beira de um abismo, alertam os serviços de inteligência de Israel. (Imagem: Pexels)

Em meio a tudo isso, os especialistas alertam para a necessidade de novas ideias para combater, de forma efetiva, grupos terroristas como a Al-Qaeda e o ISIS, o estado islâmico. Em outra frente de conflito, relacionada principalmente com Israel, os analistas chamam a atenção para a questão do Irã, um país que mantem forte rivalidade com os vizinhos e que não abre mão de seu programa nuclear.

Os responsáveis pelo estudo esclarecem que, ao contrário das análises feitas pelos Estados Unidos e pela OTAN, a aliança militar do Ocidente, que focam nos próximos 20 ou 30 anos, esse documento traça um panorama para os próximos dez anos.

Os detalhes do estudo foram apresentados numa conferência, em Tel-Aviv, da qual participaram diplomatas dos Estados Unidos, Canadá, União Europeia, Japão e Coreia do Sul.