CIÊNCIA

Exoplaneta será engolido por sua própria estrela

Cientistas acreditam que a Terra poderá ter o mesmo destino, mas dentro de bilhões de anos

Por: Lucas Saba
Da redação | 19 de dezembro de 2022 - 21:55

O exoplaneta Kepler-1658b, identificado em 2019 pelo Telescópio Espacial Kepler, da NASA, está com os dias contados. De acordo com os astrônomos da agência espacial, que estudaram as mais recentes imagens do planeta, em breve ele será engolido por sua estrela, semelhante ao Sol, com as temperaturas de milhares de graus Celsius e a mesma cor amarelada.

Nos registros capturados pelo telescópio pode-se notar a proximidade do exoplaneta com a estrela. Com a inevitável colisão, Kepler será engolido pela estrela de fogo. O Astrophysical Journal Letter publicou um estudo detalhando as descobertas nesta segunda-feira.

A órbita de Kepler está se estreitando, fazendo com que o planeta se aproxime cada vez mais de sua estrela. Esse movimento levará a uma colisão e ao fim do planeta. Um fenômeno semelhante, segundo os cientistas, poderá acontecer com a Terra, em direção ao Sol, com a diferença que isto deve acontecer dentro de alguns bilhões de anos.

Exoplaneta

Ilustração gráfica: exoplaneta será destruído pela sua própria estrela. (Crédito: NASA)

“Nós já detectamos evidências de exoplanetas se inclinando em direção às suas estrelas, mas nunca antes vimos um planeta assim em torno de sua estrela. A teoria prevê que as estrelas evoluídas são muito eficazes em minar a energia das órbitas de seus planetas, e agora podemos testar essas teorias com observações.” , disse o principal autor do estudo, Shreyas Vissapragada, membro do Centro de Astrofísica do Instituto Harvard & Smithsonian, em um comunicado.

Após anos de observações com telescópios espaciais e terrestres, os pesquisadores calcularam que a órbita do planeta está diminuindo a uma taxa de 1 segundo por ano. Os pesquisadores observaram quedas no brilho da estrela à medida que o planeta passava em frente a ela. Os intervalos entre essas quedas, chamados trânsitos, diminuíram constantemente e a órbita decaiu.

As interações de maré, ou a relação gravitacional entre Kepler-1658b e sua estrela, são as responsáveis pela atração interior do planeta. Não é diferente da lua de Júpiter, Io, o lugar mais vulcânico do nosso sistema solar. A forte influência gravitacional de Júpiter está derretendo o interior de Io, fazendo com que a lava entre em erupção a partir de centenas de vulcões na superfície desta lua. A missão Juno realizará vários sobrevoos de Io no próximo ano e meio para aprender mais sobre esse relacionamento volátil.

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