A princípio, ele parecia um príncipe, diziam as amigas. Depois vieram os abusos e golpes financeiros
No começo do relacionamento, as amigas da modelo israelense Kate Konlin, de 23 anos, mal podiam acreditar. “Kate, ele é perfeito demais”, elas diziam se referindo ao rapaz que ela havia conhecido pelo Instagram, Shimon Heyada Hayut, cujo nome verdadeiro era Simon Leviev . Algumas o comparavam com um príncipe. Após um breve contato pelo Instagram, eles já estavam namorando e Shimon parecia educado, atencioso e se dizia apaixonado.
Mas a lua-de-mel inicial não demorou a se transformar num pesadelo. A ponto da história deles se transformar num documentário da Netflix, The Tinder Swindler (O golpista do Tinder), que narra o histórico de abusos cometidos por Shimon ou Simon. De acordo com o documentário, o mais visto da Netflix em 90 países, Shimon aplicou golpes num total de 10 milhões de dólares, em mulheres que conheceu pelo Tinder. Ele nega as acusações.
Mesmo após o lançamento do documentário, Kate Konlin, ainda manteve o relacionamento por alguns meses. Kate alega que Shimon tinha um controle emocional e psicológico sobre ela. Ele dizia que as acusações feitas por outras jovens que aparecem no documentário eram mentiras. Mas, naquela altura, Kate já havia percebido que havia algo errado com Shimon.
Diferente do início do namoro, quando ele a acompanhava nas sessões de foto e se mostrava sempre prestativo, o comportamento de Shimon foi mudando. Ele passou a criticar as roupas dela, dizia que ela estava engordando e que estava com a pele feia.
Em seguida, começou a pedir dinheiro “emprestado”. Quando ela comentava que ele não havia pago os empréstimos anteriores e pedia mais dinheiro, ele respondia que era muito rico e que estava com “todo capital aplicado”. Na versão dele, se mexesse nos investimentos, iria perder dinheiro.
No total, Kate deu a Shimon US$150 mil (cerca de 800 mil reais). Ela se lembra que, quando falavam em dinheiro, ele se mostrava descontrolado e começava a gritar. “Kate, eu sou milionário, mas no momento estou sem saída. Será que você não consegue entender isso com seu cérebro de passarinho?”, ele dizia, entre outras ofensas.
Em crise, Kate começou a perder trabalhos. Depois de aparecer na capa da Vogue e de outras revistas internacionais, de repente, os trabalhos começaram a escassear. Após o documentário, ele exigiu que ela não rompesse o namoro. “Se você continuar comigo, as pessoas vão acreditar em mim”.
Demorou, mas finalmente, Kate decidiu romper. No dia em que anunciou a decisão, ele começou a gritar e a empurrou. Ela feriu um dedo do pé e começou a chorar. Em seguida, pediu socorro e foi parar num hospital, de onde registrou queixa na polícia contra Shimon. O relacionamento terminou ali.
Mesmo após a exibição do documentário da Netflix, Shimon ainda tem um grande número de seguidoras nas redes sociais, onde aparece dirigindo carros de luxo e na companhia de mulheres bonitas. Algumas chegam a pedir fotos dele. Por um vídeo personalizado, ele cobra 100 dólares. E para uma conversa pelo celular, 165 dólares.