TECNOLOGIA

Meta pagará multa de US$725 milhões por vazamento de dados

É a maior ação coletiva de violação de privacidade de dados na história dos Estados Unidos

Por: Lucas Saba
Da redação | 23 de dezembro de 2022 - 21:55

O grupo Meta, dono do Facebook e Instagram, aceitou pagar US$725 milhões, o equivalente a quase 4 bilhões de reais, para encerrar uma ação coletiva sobre a transferência de dados pessoais dos usuários para a empresa britânica de consultoria política, Cambridge Analytica. Apesar da alta quantia, o valor é bem inferior em comparação aos 10 bilhões de dólares investidos para a criação do “Metaverso” só em 2021. O acordo ainda precisa ser homologado por um juiz federal da comarca de São Francisco, nos Estados Unidos.

A quantia que será paga é a maior em uma ação coletiva de privacidade de dados nos Estados Unidos, dizem os advogados. A Meta não admitiu irregularidades durante todo o processo judicial. A rede social alega que “reformulou” sua abordagem em relação à privacidade nos últimos três anos. Em comunicado oficial, a empresa afirmou “o acordo era do melhor interesse de nossa comunidade e acionistas. Estamos ansiosos para continuar a construir serviços que as pessoas amam e confiam com a privacidade em primeiro lugar.”

A denúncia foi feita em nome de um grande grupo de usuários do Facebook, cujos dados pessoais na rede social foram transferidos a terceiros sem o seu consentimento. A ação coletiva se refere a um número entre “250 a 280 milhões” de pessoas, de acordo com o documento.

Meta multa

Grupo Meta terá que pagar multa milionária para cobrir vazamento de dados dos usuários do Facebook.

Janis Wong, pesquisadora de privacidade e ética do Instituto Alan Turing, disse que só chegaria a dois ou três dólares por pessoa se cada indivíduo decidisse fazer uma reclamação. Uma nova audiência sobre o acordo está prevista para 2 de março de 2023.

A coleta de informações pessoais dos usuários do Facebook por aplicativos de terceiros esteve no centro do escândalo de privacidade da Cambridge Analytica, exposto em 2018. A empresa de consultoria, agora extinta, trabalhou para a campanha presidencial de Donald Trump, em 2016, e usou informações pessoais de milhões de contas do Facebook nos Estados Unidos para fins de definição de perfis e direcionamento de eleitores.

A companhia obteve essas informações sem o consentimento dos usuários. A Cambridge Analytica teve permissão do Facebook para implantar um aplicativo na plataforma que colheu dados de milhões de seus usuários. A rede social estimou em até 87 milhões de pessoas atingidas pelo compartilhamento indevido com a consultoria política.

O escândalo gerou investigações do governo sobre as práticas de privacidade do Facebook, levando a ações judiciais e uma audiência de alto nível no Congresso dos Estados Unidos, na qual o chefe da Meta, Mark Zuckerberg, foi questionado.

Leia também:
Festas e comemorações podem beneficiar a saúde e o bem-estar
Instagram e TikTok, barreiras para a criatividade

+ DESTAQUES