Bloomberg 

Com investimentos de US$1 bilhão, as empresas Honeywell e a Summit Agricultural estão se associando para construir a maior usina do mundo para produção de combustível de aviação utilizando etanol. O projeto deverá ser inaugurado em 2025.

A usina vai produzir combustível de aviação suficiente para abastecer milhares de voos por ano, de acordo com a Summit Agricultural, dirigida pelo empresário Bruce Rastetter.
A instalação ficará localizada na Costa do Golfo dos EUA e utilizará a tecnologia da Honeywell para transformar etanol em combustível de aviação sustentável, conhecido como SAF, anunciaram as empresas em comunicado divulgado nesta segunda-feira.

O mercado global de aviação demanda mais de 100 bilhões de galões de combustível,  anualmente, e estima-se que esse número dobrará nos próximos 20 anos. Um galão, nos EUA, equivale a 3,78 litros.

As companhias aéreas em todo o mundo estão sob pressão crescente para diminuir suas emissões de carbono. O governo do presidente Joe Biden espera que, até 2050, o combustível de aviação sustentável possa atender a100% da demanda, nos Estados Unidos. A produção anual nos EUA foi de 15 milhões de galões, em 2022.

Sede da Honeywell, em Phoenix, Arizona.  (Foto de Caitlin O’Hara/Bloomberg)

A Summit informou que está em negociações para fornecer combustível sustentável para as principais companhias aéreas de passageiros e de carga, dentro de dois anos. Com sede em Alden, Iowa, a Summit fundou a FS Bioenergia, a maior plataforma de etanol à base de milho no Brasil. A empresa também controla a Amber Wave, uma fábrica de ingredientes alimentícios e biocombustíveis no Kansas, além da Summit Carbon Solutions, uma rede de gasodutos de CO2 que conectará mais de 30 usinas de etanol no Meio Oeste dos EUA.

A usina SAF estará em uma posição única devido à sua localização no Golfo dos EUA para utilizar uma variedade de matérias-primas de etanol de diferentes locais, principalmente de milho. Os biocombustíveis alternativos feitos de soja ou gorduras contam com suprimentos de matéria-prima mais restritos.

“Podemos produzir um combustível de carbono negativo líquido nos EUA e a única matéria-prima que tem potencial de crescimento suficiente para fazer a diferença no SAF é o etanol”, disse Rastetter, da Summit.

“As companhias aéreas precisarão expandir o uso de combustível sustentável feito a partir de matérias primas como o milho, porque não há gordura ou óleo suficiente para cumprir as metas de descarbonização”, disse Barry Glickman, vice-presidente e gerente geral da Honeywell Sustainable Soluções de Tecnologia.