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Foto de Chris Yang, na Unsplash

Há vagas para espiões. Mas nada de trabalho remoto

Serviços de inteligência enfrentam dificuldades para recrutar agentes. Nada parecido com James Bond

Por: Carlos Taquari
Da redação | 22 de maio de 2023 - 20:55
Foto de Chris Yang, na Unsplash

O mesmo problema já foi enfrentado pela CIA, a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos. E agora é a vez do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha, BND (em alemão, Bundesnachrichtendienst). O serviço está com dificuldades para preencher as vagas disponíveis para o trabalho que, na linguagem oficial é chamado de “Inteligência”, mas na prática trata-se de espionar outros países, empresas ou pessoas.

Ao anunciar que há vagas para novos agentes, o diretor do serviço, Bruno Kahl, adiantou que não será permitido trabalho remoto. E os contratados não poderão levar o celular pessoal para o trabalho. O aparelho terá de ser deixado em casa.

Mesmo com 6.500 funcionários, atualmente, o BND ainda enfrenta a falta de pessoal. Entre outros motivos, explica Kahl, porque tem muita gente que começou na segunda metade do século passado e já está se aposentando.

Há vagas para espiões, mas nada de trabalho remoto

Logo do BND, o serviço secreto alemão. Dificuldades para recrutar agentes. (Foto: BND)

Segundo Kahl, o trabalho remoto não é permitido por razões de segurança. E a questão do celular acaba se tornando um impeditivo porque as novas gerações não aceitam a ideia de ficar um dia inteiro, ou algumas noites, sem acesso ao aparelho.

Não são apenas a CIA e o BND que enfrentam problemas para recrutar agentes. O problema se estende a outras agências de inteligências, como o MI5 e o MI6, os serviços secretos do Reino Unido. O primeiro lida com a segurança interna no país, como o combate ao terrorismo e outras ameaças ao país. Já o MI6 trata de levantar informações sobre atividades de grupos extremistas no exterior que possam significar algum risco para o país, além de questões econômicas e políticas. A CIA chegou a colocar anúncios em jornais dos EUA, para recrutar agentes.

Além de não exercer atração para as gerações mais jovens, esse tipo de trabalho não oferece salários compensadores. As jornadas podem ser longas e o dia a dia fica bem longe do que é visto nos livros ou filmes de espionagem. Ou seja, os eventuais contratados não terão, nem de longe, uma vida parecida com James Bond, o agente a serviço de Sua Majestade.

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