COMPORTAMENTO

Estudo revela como algumas pessoas têm o dom de nunca esquecerem um rosto

Apenas 2% da população mundial são considerados “super-reconhecedores”. Parte dessas pessoas trabalha solucionando crimes

Por: Lucas Saba
Da redação | 30 de dezembro de 2022 - 21:55

Representando apenas 2% da população mundial, os “super-reconhecedores” podem ser o mais próximo que chegamos de pessoas com superpoderes. Eles nunca esquecem um rosto e tudo o que precisam é de um momento ou dois para gravar uma nova pessoa em sua memória. De acordo com um estudo da Universidade de New South Wales, em parceira com a Universidade de Wollongong, ambas na Austrália, os super-reconhecedores olham para os rostos da mesma forma que qualquer outra pessoa – mas o fazem mais rápido e de maneira mais precisa.

Muitos são conhecidos por ajudar departamentos de polícia e agências de segurança a identificar suspeitos, enquanto outros trabalham como detetives particulares e investigadores não oficiais. O autor do estudo, Dr. James Dunn, revelou como se dá esse dom. O super-reconhecedor olha para um novo rosto, ele o divide em partes e armazena cada fragmento em seu cérebro, compondo assim uma imagem. A pesquisa foi publicada na revista científica, Psychological Science.

Esqueceram um rosto

Os “super-reconhecedores” captam fragmentos dos rostos para assim ficar mais fácil reconhece-los depois. (Crédito: Pexels)

“Eles ainda são capazes de reconhecer rostos melhor do que outros, mesmo quando conseguem ver apenas regiões menores de cada vez. Eles podem reunir uma impressão geral de pedaços menores, em vez de uma impressão holística obtida em um único olhar”, afirma o doutor Dunn.

O co-autor principal do estudo, Dr. Sebastien Miellet, pesquisador da Universidade de Wollongong na Escola de Psicologia, utilizou a tecnologia de rastreamento ocular para investigar e analisar como os super-reconhecedores digitalizam e processam rostos, tanto como um todo quanto divididos. em partes. “Com muita precisão, podemos ver não apenas para onde as pessoas olham, mas também quais informações visuais elas usam”, observa o Dr. Miellet.

Ao estudar os padrões de processamento visual dos super-reconhecedores, os pesquisadores descobriram que, ao contrário dos reconhecedores típicos, os super-reconhecedores se concentram menos na região dos olhos e distribuem o olhar de maneira mais uniforme. Isso os ajuda a coletar mais informações visuais de outras partes do rosto. “Portanto, a vantagem dos superreconhecedores é a capacidade de captar informações visuais altamente distintas e juntar todas as peças de um rosto como um quebra-cabeça, com rapidez e precisão”, comenta o Dr. Miellet.

O estudo revelou que os super-reconhecedores podem ser mais empáticos em comparação a maioria das outras pessoas. “Nas próximas etapas de nosso estudo, vamos equipar alguns super-reconhecedores e espectadores típicos com um rastreador ocular portátil e liberá-los nas ruas para observar, não no laboratório, mas na vida real, como eles interagem com o mundo, ” conclui o Dr. Miellet.

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