COMPORTAMENTO

Quatro comportamentos de relacionamento que prejudicam a intimidade

Críticas, desprezo, defesa e bloqueio podem corroer as relações em diferentes etapas da vida

Da redação | 28 de dezembro de 2022 - 21:55

Relações íntimas saudáveis ajudam no bem-estar emocional e físico, estabilidade emocional e na saúde. Não à toa que o psicólogo do desenvolvimento psicossocial e  psicanalista alemão-americano, Erik Erikson, identificou que a capacidade de formar relacionamentos íntimos é a tarefa principal dos jovens adultos.

É importante, então, saber quais são os comportamentos que promovem ou enfraquecem os sentimentos de intimidade em nossos relacionamentos próximos. Uma consulta a um terapeuta pode indicar uma série de comportamentos que podem corroer discretamente, mas regularmente, a intimidade.

Muito já foi escrito sobre os padrões relacionais mais óbvios descobertos pelo psicólogo, professor e escritor John Gottman. Estamos falando da crítica, desprezo, defesa e bloqueio Existem, no entanto, comportamentos mais sutis e até inconscientemente motivados que podem, com o tempo, resultar em intimidade reduzida, aumento do sofrimento entre as pessoas e sentimentos de isolamento. Acompanhe os 4 exemplos:

1. Não expressar suas necessidades. Para muitos de nós, especialmente aqueles que cresceram em ambientes complicados, com famílias repressoras, expressar nossas necessidades pode parecer terrível. Muitas pessoas ficam preocupadas em sobrecarregar o parceiro com os seus  problemas ou têm medo da rejeição quando se comunicam. O resultado disso não é bom. Quando a pessoa toma esse tipo de atitude, o parceiro fica de fora da vida do companheiro ou fica subentendido que não vale a pena ter suas necessidades atendidas. Gradualmente, tal padrão de relacionamento corrói a intimidade e cria mais distância emocional entre as pessoas.

2. Não se desculpar realmente (ou de forma alguma). Um pedido de desculpas genuíno cura o seu relacionamento e confirma uma verdade mais profunda sobre a natureza humana: que todos nós podemos cometer erros. Pedir desculpas de uma forma séria, sem ficar enrolando, inventando milhares de explicações sinaliza para nosso parceiro que estamos dispostos a enfrentar esse momento delicado com responsabilidade. Também mostra que não há problema em cometer a falha, desde que você esteja realmente disposto a se corrigir depois. Quando deixamos de fazê-lo, é como se estivéssemos dizendo ao outro/a que ele/ela não pode confiar mais em nossa integridade.

3. Redirecionar quando seu parceiro expressa uma preocupação. Preste atenção se alguma dessas frases é comum: “Não sei por que isso incomoda você. Não me incomoda quando você faz isso” ou “Ah, sim?! Bem, posso fazer X, mas você faz Y, e isso me irrita?!”Ao expressar preocupação, um dos membros da relação deseja ser ouvido e provocar uma mudança no relacionamento. Em sua essência, por mais que ele sinta desconfortável, as tentativas dos parceiros de nos abordar com um pedido ou um problema são sua forma de lutar pelo relacionamento e optar por tentar reduzir a emoção negativa.

4. Deixar de reconhecer e retribuir ofertas de conexão. Imagine o seguinte cenário: você chega em casa vindo do trabalho cansado, distraído. Seu parceiro/a está esperando por você, talvez esteja ansioso/a ou queira planejar algum programa. Você está tão exausto que não consegue pensar nisso naquele momento. Sem sensibilidade, sem envolvimento, com frieza, num gesto individualista, você descarrega: “Sabe de uma coisa, não sei agora; Eu não posso tomar uma decisão neste momento” ou talvez “Você sabe que estou muito cansado/a e preciso descansar. Vamos conversar sobre isso depois?”.

Embora essas respostas possam parecer verdadeiras, elas também deixam seu parceiro um pouco desinteressado, desmotivado com o relacionamento. É um balde de água fria. Você não precisa concordar com tudo que o seu companheiro/a fala ou quer fazer. No entanto, responder a um pedido concreto com uma resposta vaga pode criar uma distância e prejudicar a intimidade com o passar do tempo. Isso pode ser o começo do fim. Fique atento!

Esse artigo foi escrito pela Dra. Valentina Stoycheva, fundadora da STEPS ( Stress & Trauma Evaluation and Psychological Services), para a revista Psychology Today. 

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