COP-15 tenta garantir a preservação da natureza em 30% dos territórios e mares do Planeta, até 2030
Representantes de quase 200 países participam da 15 Conferência da Diversidade Biológica, promovida pelas Nações Unidas, iniciada nesta terça-feira, em Montreal, no Canadá.
O objetivo principal do encontro é garantir um acordo para que, até 2030, o planeta tenha 30% de suas áreas transformadas em reservas e territórios protegidos. Daí a meta que ficou conhecida como “30 x 30”.
Embora muitos países tenham se comprometido a apoiar as propostas de preservação, o esboço do texto a ser colocado em debate, para posterior aprovação, ainda contém muitos obstáculos.
Diplomatas presentes em Montreal chamam a atenção para o fato de que o texto inicial inclui mais de 100 pontos que provocam desacordo entre países ricos e pobres. Entre eles, a questão do financiamento para os projetos de proteção da natureza.
O monitoramento dos programas, para garantir que as áreas a serem determinadas, estejam realmente protegidas, é outro ponto que deve provocar grandes discussões. Essa questão já foi levantada pela diretora do programa da ONU para o Meio Ambiente, Inger Andersen, que coordena o encontro de Montreal.
Os delegados dos países representados na conferência também insistem que o evento tenha caráter mais técnico do que político, a fim de facilitar um acordo.
Um bloco integrado por 114 países já se comprometeu a assumir as metas do “30 x 30”. Acredita-se que o principal obstáculo para um acordo será determinar quem vai pagar pela preservação.
Em junho último, o Brasil propôs a criação de um fundo global para financiar as ações de conservação nos países em desenvolvimento. China e Índia apoiam a proposta, mas os Estados Unidos e outros países industrializados não se mostraram prontos para assumir esse compromisso.
Em mensagem dirigida aos participantes da COP-15, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que é preciso parar com o que chamou de “orgia de destruição”, referindo-se à falta de políticas de preservação ambiental.
Para Guterres, o mundo está caminhando para um “suicídio coletivo, porque a perda da natureza e da biodiversidade tem um custo humano muito alto”.