MEIO AMBIENTE

União Europeia vai proibir produtos ligados ao desmatamento

Produtos como soja, café, chocolate, derivados da agropecuária e madeira terão de passar por rigorosa inspeção

Por: Lucas Saba
Da redação | 6 de dezembro de 2022 - 21:55

Os países da União Europeia chegaram a um acordo relacionado com a proibição à importação de produtos de regiões onde tenha ocorrido desmatamento. O acordo ainda precisa passar por votação no Parlamento europeu, mas sua aprovação é dada como certa.

A lista diversos produtos como a soja, café, chocolate, gado, madeira e móveis em geral, entre outros. Todos esses itens passarão por verificações rigorosas para garantir que sua produção não danificou florestas.

A legislação obrigará as empresas a emitir uma declaração de due diligence, isto é, garantindo que houve uma investigação detalhada para comprovar que os produtos colocados no mercado da UE não são fruto de práticas de degradação das florestas, em qualquer parte do mundo.

Muitos produtos que contribuem para o desmatamento deixarão de ser importados e comercializados pelo bloco europeu. O acordo firmado pelos representantes do Conselho também inclui produtos derivados do setor agropecuário, como carne de vaca, suínos, além de papel para impressão.

União Europeia aprova acordo para barrar produtos ligados ao desmatamento. (Crédito: Pexels)

De acordo com a organização não-governamental World Wide Fund for Nature, WWF, a UE é o segundo maior importador de produtos que causam desmatamento. Em primeiro lugar no ranking vem a China responsável por 16% de todo o desmatamento associado ao comércio internacional. O grupo ambientalista Greenpeace chamou a medida de um avanço para o meio ambiente, mas alguns países disseram que as regras prejudicariam o comércio internacional.

“As novas regras visam assegurar que quando os consumidores compram estes produtos não contribuem para degradar ainda mais os ecossistemas florestais. A proteção do ambiente em todo o mundo, incluindo florestas e florestas tropicais, é um objetivo comum a todos os países e a UE está pronta a assumir a sua responsabilidade”, disse Marian Jurečka, Ministra do Ambiente, que liderou as negociações do Conselho Europeu, numa declaração à imprensa. O acordo está sendo considerado como uma grande vitória para o Conselho, que acrescentou borracha, carvão vegetal e vários derivados do óleo de palma ao texto inicial.

Os representantes do bloco trabalharam também numa definição mais ampla de degradação florestal que inclui a conversão de florestas primárias ou a regeneração natural de áreas em florestas plantadas ou em terras arborizadas.

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