ECONOMIA

Com medo, americanos sacam mais de US$ 100 bilhões do First Republic

Temendo a perda de suas reservas ou investimentos, clientes fizeram grandes saques, antes da intervenção

Por: Lucas Saba
Da redação | 25 de abril de 2023 - 20:55

Os clientes do First Republic Bank sacaram mais de 100 bilhões de dólares em apenas três meses. Com medo da saúde do sistema bancário, os correntistas retiraram boa parte de seus depósitos. O Sistema de Reserva Federal americano (FED) disse que os depósitos caíram mais de 40% desde o final de dezembro. Isso ocorre depois do gigante bancário suíço Credit Suisse revelar a saída de mais de 69 bilhões de dólares.

“Com o fechamento de vários bancos em março, experimentamos saídas de depósitos sem precedentes. Estamos trabalhando para reestruturar nosso balanço e reduzir nossas despesas e empréstimos de curto prazo,” disse o diretor financeiro do First Republic, Neal Holland.

O banco também planeja cortar custos demitindo de 20% a 25% de sua força de trabalho nos próximos meses, de acordo com o comunicado oficial. As ações do First Republic caíram mais de 20% nas negociações prolongadas em Nova York após o anúncio.

No mês passado, um grupo de grandes bancos americanos organizou – a pedido das autoridades financeiras norte-americanas – uma operação de salvamento do First Republic, que corria o risco de falência. Numa primeira etapa, os grandes bancos, liderados pelo JP Morgan e Citigroup, injetaram US$30 bilhões no banco, mas na sequência foram feitas outras transferências.

Os reguladores dos EUA classificaram a medida como “muito bem-vinda”, enquanto os bancos, liderados por JP Morgan e Citigroup, disseram que a ação reflete sua “confiança.”

Problemas no setor bancário surgiram nos EUA no início do mês passado, quando o Silicon Valley Bank, entrou em colapso na maior falência de um banco dos EUA desde 2008. Isso se prolongou dois dias depois com a quebra do Signature Bank de Nova York.

O FED, o banco central dos EUA, assegurou que depósitos estavam garantidos até o limite de 250 mil dólares, conforme prevê a legislação atual, em um esforço destinado a impedir novas corridas aos depósitos bancários. Na segunda-feira, o gigante bancário europeu Credit Suisse disse que US$ 69 bilhões foram retirados do banco nos primeiros três meses do ano. O anúncio já era esperado devido aos últimos resultados financeiros, antes da conclusão de sua venda forçada para o rival UBS.

Os bancos centrais de todo o mundo – incluindo o Federal Reserve dos EUA e o Banco da Inglaterra – aumentaram acentuadamente as taxas de juros enquanto tentam conter a inflação. Os movimentos prejudicaram os valores das grandes carteiras de títulos comprados pelos bancos quando as taxas eram mais baixas, contribuindo para o colapso do Silicon Valley Bank.

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