INTERNACIONAL
China aumenta o tom e prevê confronto iminente com os EUA

China aumenta o tom e prevê confronto iminente com os EUA

Ministro das Relações Exteriores, Qin Gang, acusa os Estados Unidos de concorrência desleal e põe a China cada vez mais perto da Rússia

Por: Mario Augusto
Da redação | 7 de março de 2023 - 11:14
China aumenta o tom e prevê confronto iminente com os EUA

O ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, afirmou nesta terça-feira (07/03) que Pequim e Washington caminham para uma colisão ou um confronto inevitável. A declaração foi feita um dia após o presidente chinês Xi Jinping acusar os Estados Unidos de tentar bloquear a China.

Qin Gang destacou que os EUA têm se empenhado na repressão e contenção da China, em vez de se envolverem em uma competição justa e baseada em regras. “A percepção e as visões dos Estados Unidos sobre a China estão seriamente distorcidas”, disse o ministro. “Isso é como o primeiro botão da camisa sendo colocado errado”, comparou.

A disputa entre China x EUA

As relações entre as duas potências mundiais estão estremecidas há anos devido a várias discordâncias como a disputa envolvendo Taiwan, sanções comerciais a empresas chinesas e, desde o ano passado, o posicionamento das superpotências em relação à guerra na Ucrânia. Mas a relação piorou mesmo no mês passado depois que os Estados Unidos derrubaram um balão chinês de vigilância na costa leste dos EUA que, segundo os americanos, era usado para espionagem.

China aumenta o tom e prevê confronto iminente com os EUA

Confronto à vista. Discurso duro de Qin Gang reforça posição do presidente chinês Xi Jinping contra os EUA. (AP Photo/Mark Schiefelbein)

“Se os Estados Unidos não pisarem no freio e continuarem a acelerar no caminho errado, nenhuma barreira poderá impedir o descarrilamento, que se tornará conflito e confronto, e quem arcará com as consequências catastróficas?”, alertou Qin.

O ministro comparou a competição entre China e EUA a uma uma corrida entre dois atletas olímpicos. “Se um lado, em vez de se concentrar em dar o melhor de si, sempre tenta enganar o outro, até mesmo a ponto de querer mandá-lo para as Paraolimpíadas, então isso não é uma competição justa”, disse ele.

A força da diplomacia

No final da entrevista coletiva de quase duas horas, Qin Gang defendeu a diplomacia chinesa. “Quando chacais e lobos estão bloqueando o caminho e lobos famintos estão nos atacando, os diplomatas chineses devem dançar com os lobos e proteger e defender nossa casa e nosso país”, disse ele.

A metáfora é uma alusão ao estreitamento das relações com a Rússia à medida que o mundo se torna mais turbulento em função da guerra na Ucrânia. Em outras palavras, Qin deixou claro que se a China precisar escolher um lado na guerra, já sabemos a resposta.

A China se recusou a condenar a invasão da Rússia na Ucrânia, apesar das críticas ocidentais. O país invoca uma posição de neutralidade, mas desde o início da guerra, Xi Jinping conversou várias vezes com Putin, mas não com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o que gera um desconforto internacional.

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