Outras 4 cartas com explosivos também foram distribuídas, entre elas, uma ao primeiro ministro espanhol
A Espanha voltou a ser amedrontada pelo terrorismo nesta quinta-feira, quando foi divulgado que 5 cartas-bomba foram enviadas a vários departamentos de governo e instalações de empresa e embaixada, todos em Madri, nos últimos dias.
Na manhã de hoje, uma pequeno pacote com explosivos foi detonado na Embaixada da Ucrânia na Espanha. O envelope era destinado a um funcionário e levou o governo ucraniano a ordenar o reforço na segurança em todas as representações diplomáticas pelo mundo. Com a explosão, um funcionário sofreu ferimentos leves na mão, segundo a polícia espanhola.
Após ser ferido levemente, o funcionário seguiu por conta própria para um hospital. E a embaixada, que fica em bairro residencial de Madri, foi isolada pela polícia.
A Espanha acompanha o apoio de países da União Europeia ao governo da Ucrânia na guerra no país e envia armamentos ao Exército ucraniano.
A partir desse primeiro evento, a polícia espanhola acionou o protocolo antiterrorista em todo o país e reforçou a segurança de prédios públicos e diplomáticos.
Além da embaixada da Ucrânia e dos edifícios do governo, uma fabricante de armas espanhola sediada na capital espanhola também recebeu uma carta com explosivos.
Não houve informação oficial se algumas dessas quatro cartas também explodiram ou se foram desativadas previamente.
O Ministério do Interior do país ordenou que policiais e o esquadrão antibombas reforcem a segurança em todos os prédios públicos e sedes diplomáticas de Madri nesta quinta-feira.
Segundo o governo da Espanha, todas as correspondências foram remetidas de dentro do país e estão sendo rastreadas. A polícia ainda não apontou suspeitos.
O novo episódio reaviva nos espanhóis o triste histórico de terrorismo que assolou o país, principalmente a partir da resistência da região basca — no norte do país — à ditadura do general Franco, que durou quase 40 anos.
O grupo separatista ETA, que reivindicava a região formada pelas províncias que envolvem as cidades de Bilbao, Vitória, San Sebastián e Pamplona, passou a atacar autoridades e políticos ligados ao governo a partir do início dos anos 60.
Mesmo depois da redemocratização, a partir de 1976, o terrorismo do ETA persistiu e foi amplificado, até a sua dissolução, em 2012. No total, o grupo assassinou mais de 800 pessoas desde anos anos 60.
Mas a Espanha viveu outros ataques terroristas traumatizantes. O principal deles em março de 2004, quando o grupo islâmico Al Qaeda explodiu 140 quilos de dinamite em quatro trens em Madri, atingindo estações de grande movimento. No total, 191 pessoas morreram e 1.900 ficaram feridas. Ao assumir o atentado, o Al Qaeda justificou que os ataques foram ato de vingança pelo envio de tropas espanholas ao Iraque e ao Afeganistão.