Ao longo dos anos, o número de pessoas em quem se pode confiar diminui de forma drástica
Ter pessoas em quem confiar é essencial para viver de forma plena e resiliente. Pesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que o indivíduo considerado confiável é aquele que consegue ser um bom ouvinte e pratica a lealdade. A comunicação também entra como outro ponto chave na relação duradoura.
O levantamento conduzido pela OnePoll, agência internacional de pesquisa de mercado, feito com 2.000 americanos, apontou que 3/4 dos entrevistados concordam que parcerias fortes ajudam a simplificar as complexidades da vida (74%). Essas pessoas podem fazer parte do círculo de amigos, familiares, vizinhança e até mesmo os médicos. Quase 1/3 tem uma das parcerias fortes obtidas no ambiente de trabalho (31%).
Ainda segundo a pesquisa, sete em cada dez participantes se sentem mais gratos pelas pessoas em suas vidas (71%). A pandemia pode ter influenciado no dado, já que a sociedade passou a dar mais importância às relações humanas após tantas perdas pela covid-19.
De acordo o estudo “Friends: understanding the power of our most important relationships” (amigos: compreendendo o poder de nossos relacionamentos mais importantes) feito pelo professor e vice-diretor do Centro de Evolução Cultural da Universidade de Estocolmo, Johan Lind, na Suécia, o baixo número de relacionamentos duradouros se dá por serem relações muito custosas.
O professor explica que dedicamos 40% do nosso tempo social a essas pessoas durante a vida. E essa dedicação não se baseia em encontros pessoalmente. São relações que exigem constância, atenção, manejo de informações abstratas ligadas a sentimentos e relações não factuais. Ou seja, uma atenção especial para uma questão muito importante: a reciprocidade.
A amizade duradoura e confiável oferece diversos benefícios para o bem-estar do ser humano. Existem pontos positivos até mesmo em aspectos hormonais. Segundo a etologista Lauren Brent, da Universidade Exeter, na Inglaterra, “a amizade está associada a todo tipo de substâncias químicas em nosso corpo que nos fazem sentir bem, como a serotonina e a dopamina, que são a forma como nosso cérebro nos recompensa por comportamentos que são bons para nós”, disse Brent em entrevista ao jornal espanhol El País.