MEIO AMBIENTE
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Biden assina lei que permite a exploração de gás e petróleo no Alasca

Ambientalistas protestaram contra o projeto alertando para os impactos climáticos e a destruição da vida selvagem

Por: Lucas Saba
Da redação | 13 de março de 2023 - 21:55
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O presidente Joe Biden aprovou uma nova legislação que permite a exploração de petróleo e gás no Alasca. A proposta enfrentou forte oposição de ativistas ambientais. O projeto Willow foi proposto pela empresa, ConocoPhillips. A companhia diz que criará milhares de empregos na região. A proposta prevê um investimento inicial de 8 bilhões de dólares. Apesar disso uma corrente contra a lei se formou nas redes sociais nas últimas semanas, principalmente entre jovens ativistas no TikTok. Eles ressaltam os impactos climáticos e a possível destruição da vida selvagem local.

O projeto da ConocoPhillips está localizado na remota região Norte do Alasca. Esse é o maior projeto de exploração de petróleo na região e pode produzir até 180.000 barris de petróleo por dia. De acordo com as estimativas do US Bureau of Land Management, isso significa que a companhia gerará até 278 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono ao longo de sua vida útil de 30 anos – o equivalente a adicionar dois milhões de carros às estradas dos EUA todos os anos.

Ativistas protestam contra o projeto Willow. (Crédito: Chesepeak climate)

A aprovação do projeto ocorre um dia depois que o governo Biden impôs limites à perfuração de petróleo e gás em 16 milhões de acres do Alasca e do Ártico, em áreas distantes do projeto Willow, uma espécie de compromisso com ativistas anti-Willow.

Os ambientalistas argumentaram que Willow é inconsistente com as promessas do presidente Biden de liderar a luta contra as mudanças climáticas. Mais de um milhão de cartas de protesto foram escritas para a Casa Branca, e uma petição da change.org pedindo a suspensão de Willow atraiu mais de três milhões de assinaturas.

Sonny Ahk, um jovem ativista do Alasca que fez campanha contra Willow, alertou: “enquanto os executivos de fora do estado obtêm lucros recordes, os residentes locais precisam lidar com os impactos prejudiciais por estarem cercados de operações de perfuração maciças”, disse ele.

Os três legisladores que representam o Alasca no Congresso, incluindo um democrata, pressionaram pela aprovação do projeto, anunciando-o como um investimento muito necessário nas comunidades da região. Eles também argumentaram que isso ajudaria a aumentar a produção doméstica de energia e diminuiria a dependência do país do petróleo estrangeiro.

“Esta foi a decisão certa para o Alasca e nossa nação”, acrescentou o CEO da ConocoPhillips, Ryan Lance, na segunda-feira.

A gigante energética dos EUA, que já é a maior produtora de petróleo bruto do Alasca, argumenta que aumentará a segurança energética, criará  empregos e proporcionará benefícios às comunidades nativas do Alasca, segundo Lance.

Histórico

Enquanto concorria como candidato em 2020, Joe Biden prometeu que “não haveria mais perfuração em terras federais, ponto final.” Essa promessa foi quebrada no ano passado, quando o governo anunciou planos de vender arrendamentos de perfuração, sob pressão dos tribunais.

A petrolífera ConocoPhillips detém o arrendamento desde 1999 e teria um forte argumento para apelar se seus planos tivessem sido recusados. Biden tentará equilibrar a aprovação com novas proibições de extração de petróleo e gás no Oceano Ártico. A maioria dos ambientalistas não concorda com essa troca.

Com uma eleição presidencial em 18 meses, Biden deseja ser visto como um centrista, preocupado com o abastecimento e os preços do gás para os cidadãos americanos. Mas, ao dar sinal verde para a perfuração, ele agora arrisca o apoio de muitos jovens que votaram nele em grande número em 2020.

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