INTERNACIONAL

Alemanha dá a volta por cima e se livra da dependência do gás russo

Em tempo recorde, alemães constroem terminal para receber gás liquefeito e ampliam compras no mercado global

Por: Carlos Taquari
Da redação | 23 de novembro de 2022 - 21:55

Com os estoques de gás completos, a Alemanha conseguiu afastar o pesadelo de um inverno sem aquecimento doméstico e a possível paralisação de algumas atividades econômicas.

Alemanha gás russo

Terminal para gás liquefeito construído em tempo recorde.

Em apenas 200 dias – um recorde mundial – engenheiros alemães construíram o primeiro terminal do país destinado ao recebimento de GNL – Gás Natural Liquefeito.

O GNL é um gás natural resfriado até o ponto de se tornar líquido. Isto reduz o volume e facilita o transporte. Em seguida, volta à forma de gás, quando chega ao destino.

Quando Vladimir Putin anunciou que iria fechar as torneiras do gás e petróleo para a Europa Ocidental, uma onda de preocupação se espalhou, principalmente, pela Alemanha, que tinha a maior dependência do gás russo.

Agora, navios tanques procedentes da Noruega, Emirados Árabes e Estados Unidos poderão descarregar o GNL no porto de Wilhemshaven., localizado no litoral do Mar do Norte, na região de Bremen. A Uniper, operadora do terminal, é controlada pelo governo alemão. Outros 5 terminais serão construídos até o próximo ano. “A energia para atravessarmos o inverno está garantida”, declarou o chanceler Olaf Scholz, em discurso no Parlamento.
Além dos contratos fechados com vários países, o governo alemão também fez uma forte investida no mercado paralelo internacional, nesse caso pagando um alto preço exigido pelos intermediários.

O fim da dependência do gás russo representa uma grande vitória para o governo alemão, considerando que, há apenas um ano, 60% do produto consumido no país chegava através do gasoduto Nordstream, que vinha da Rússia.

Banhos frios em pleno Outono

Apesar da importante virada estratégica, o governo alemão mantém a expectativa de que a população continue reduzindo o consumo de gás para aquecimento doméstico. E muitas cidades, as empresas implantaram cortes no fornecimento, principalmente nas horas de pico no consumo. Isto tem levado parte da população a optar pelos banhos frios, mesmo em pleno Outono no hemisfério Norte, quando as temperaturas, em países como a Alemanha, já baixaram para cerca de 10 ou 12 graus Celsius, em algumas regiões.

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