INTERNACIONAL

Aborto com ajuda financeira

Empresas americanas pagarão as viagens de funcionárias para interromper gravidez

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 15 de agosto de 2022 - 22:00

Aumenta a cada semana o número de empresas que se propõem a pagar os custos de viagens de funcionárias a outros Estados, para realizar abortos. Na maioria dos casos, a oferta, que inclui passagens aéreas e hospedagem, chega a 10 mil dólares, mais de 50 mil reais.

Enquanto algumas empresas não se manifestaram, em parte com medo de perseguição e punição dos governantes e políticos conservadores, outras já confirmaram que vão fornecer assistência às funcionárias que enfrentam gravidez indesejada ou que oferece riscos à saúde.

Além do pagamento das despesas de viagem, o apoio inclui assistência jurídica, assistência emocional, como psicoterapia e licença-médica remunerada.

Foto de gpointstudio/freepik.com

Grandes empresas como Disney, JP Morgan, Amazon, Citigroup, Goldman Sachs e Meta (proprietária do Facebook) disseram aos seus funcionários que cobrirão as despesas de viagem para abortos, já que agora milhões de mulheres americanas não poderão realizá-lo ou têm acesso restrito ao procedimento.

A Disney, que emprega cerca de 80 mil pessoas na Flórida, onde o governador aprovou a proibição de abortos após 15 semanas de gravidez, já afirmou que continua comprometida em dar aos seus funcionários “acesso abrangente, planejamento familiar e cuidados reprodutivos em qualquer lugar dos EUA”.

Outras empresas que indicaram que tomaram medidas semelhantes incluem a editora Condé Nast, a marca de roupas Levi Strauss e as empresas de transporte Lyft e Uber.

Em junho deste ano, a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou o direito constitucional ao aborto ao revisar a decisão do caso “Roe x Wade”. Isso abriu caminho para que 44 estados americanos proíbam o procedimento em algum momento da gravidez.

O presidente da empresa Yelp, Jeremy Stoppelman, disse no Twitter que a decisão do tribunal “coloca a saúde das mulheres em risco”, acrescentando que “os líderes empresariais devem se manifestar”.

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