Doador anônimo financiou centro que vai estudar efeitos da meditação na saúde e na redução de fatores de risco
Um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriu que a atenção plena, prática da meditação, pode levar a uma melhor saúde metabólica. Outro estudo, da Universidade Vanderbilt, mostrou os resultados da meditação na saúde mental. E um terceiro, da Universidade de Brown, comprovou que a prática reduz a pressão sanguínea, o que reduz os riscos de problemas cardiovasculares e derrames.
Todos esses resultados foram apresentados na inauguração do centro de estudos para a saúde mental, que acaba de ser inaugurado na Escola de Saúde Pública, da Universidade de Harvard. O centro leva o nome de Thich Nhat Hanh, um mestre vietnamita Zen, que ajudou a divulgar a prática da meditação no Ocidente.
Financiado por uma doação anônima no valor de 25 milhões de dólares, o novo centro de pesquisa tem como objetivo explorar o crescente número de pesquisas e abordagens para melhorar a saúde e o bem-estar por meio da meditação plena, a chamada Mindfulness.
Além de diminuir o risco de ataque cardíaco e derrame, a atenção plena, que faz o indivíduo acalmar a mente e se concentrar no momento presente, também pode retardar o ganho de peso entre mulheres. Estudos apresentados pelo Centro durante seu lançamento, mostraram que pode chegar até mesmo a alterar o tamanho das regiões cerebrais associadas à memória e empatia.
Importância de acompanhamento e estudos
Entretanto, alguns pesquisadores alertam que é necessário treino para a meditação. Para os iniciantes, focar em seus pensamentos pode aumentar sintomas de ansiedade, pânico o pode inclusive ter um impacto negativo na saúde mental. Por isso, de acordo com eles, é necessário ter acompanhamento profissional.
“Vamos estudar rigorosamente a ciência da atenção plena, mas também buscaremos compartilhar os benefícios da atenção plena com todas as pessoas ao redor do mundo, assim como Thich Nhat Hanh fez”, contou a diretora de pesquisa e prática de mindfulness da instituição, Lilian Cheung, para The Harvard Gazette.
Por isso, para o irmão do mestre zen, Pháp Lữu, é importante que o novo centro seja público, focado no coletivo, não apenas no individual. “Como Thay sempre nos dizia, ‘a felicidade não é uma questão individual'”.