Fórmula explica como os Maias contavam o tempo a partir do movimento dos planetas nos céus
Um dos grandes mistérios de nosso tempo, o calendário Maia de 819 dias teve parte de seus segredos revelados agora. O fato de que os Maias tinham um calendário mais sofisticado do que os europeus, nos séculos XVI e XVII, sempre deixou os cientistas intrigados. Eles registravam os ciclos lunares, solares e as eclipses, além do movimento dos planetas com grande precisão.
Durante muito tempo, os cientistas acreditaram que esta precisão se devia ao fato de que os Maias acompanhavam o movimento dos planetas nos céus, a partir do chamados chamados “períodos sinódicos” – o tempo que um planeta leva para aparecer num mesmo ponto do céu, quando observado da Terra.
Agora, cálculos feitos pelos antropólogos John Linden e Victoria Bricker, da Universidade de Tulane, New Orleans, EUA, indicam que eles utilizam uma escala de tempo mais ampla.
Em estudo publicado pela revista Ancient Mesoamerica, Linden e Bricker explicam que, se multiplicarmos o calendário maia por 20 períodos de 819 dias, surge um padrão que coincide com os períodos sinódicos de todos os planetas visíveis, o que inclui Vênus, Marte, Júpiter, Saturno e Mercúrio.
Antes dessa descoberta, os pesquisadores acreditavam que o calendário se baseava em 4 ciclos de 819 dias. Mas essa contagem do não coincidia com os períodos sinódicos de todos os planetas que podem ser vistos a olho nu da Terra. Acontece que os 20 ciclos de 819 dias levam 45 anos para serem completados, de forma que todos os períodos sinódicos se alinhem.
Mesmo levando em conta que cada planeta leva um tempo diferente para completar o período sinódico, quando combinados esses ciclos, é possível prever a localização de cada um deles nos céus.
Esta pesquisa é fundamental para entender como a civilização Maia estudava Astronomia e para explicar a complexidade de seu calendário. Também revela como os Maias tinham conhecimento avançado sobre os planetas a ponto de criar um calendário mais avançado do que os europeus daquela época.
Além da Astronomia, a Civilização Maia era bastante avançada na Matemática, na Arquitetura e nas artes em geral. As primeiras cidades maias começaram a se formar por volta do ano 2.000 A.C. Ao longo de séculos, os maias se espalharam pelos territórios onde hoje ficam o México, Guatemala, Honduras, Belize e El Salvador.
Toda aquela civilização começou a ser destruída com a chegada dos colonizadores espanhóis, por volta de 1517. Por mais de um século, até a queda da últimas cidades maias, Noipeten e Tayasal, em 1697, os espanhóis espalharam a destruição, com seus canhões, pólvora e doenças.