Tentativa de limitar o uso da plataforma não é obrigatória, mas os pais podem ajudar no controle
Após estudos mostrarem os efeitos negativos da utilização abusiva das redes sociais na saúde de crianças e adolescentes, o TikTok, anunciou o lançamento de um sistema de controle de tempo de tela. Para seus usuários menores de 18 anos, a plataforma estabeleceu um limite diário de 60 minutos. Após atingir o tempo, os jovens terão que digitar uma senha para continuar a usar o serviço no mesmo dia.
O aplicativo, que pertence à empresa chinesa ByteDance, é uma das redes sociais mais populares entre os jovens no mundo todo. No Brasil, o TikTok é a rede mais utilizada e apontada como principal plataforma entre crianças de 9 a 17 anos, segundo um relatório de 2022 realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação.
Opção e acompanhamento dos pais
Apesar da ferramenta de limitação de tempo não ser algo obrigatória para a faixa etária, a qualquer momento o usuário pode desativar, a empresa afirmou que irá enviar um alerta aos usuários que utilizarem o aplicativo por 100 minutos por dia. Para os menores de 18 anos que possuem a conta pela plataforma “Family Pairing”, os pais poderão definir outros limites de tempo, além de acessar um painel com detalhamento do tempo de uso.
Em entrevista à BBC, Cormac Keenan, chefe de segurança do TikTok, disse que a empresa trabalhou com pesquisadores no desenvolvimento da medida. “Embora não haja uma posição endossada coletivamente sobre a quantidade ‘certa’ de tempo de tela, ou mesmo o impacto do tempo de tela de forma mais ampla, consultamos a pesquisa acadêmica e especialistas do Laboratório de Bem-Estar Digital do Hospital Infantil de Boston para escolher esse limite”, disse.
“Ponta do Iceberg”
Os críticos ao aplicativo elogiaram a iniciativa, mas a descreveram como a “ponta do iceberg” quando se trata da resposta do TikTok à exposição de jovens usuários à plataforma. De acordo com Imran Ahmed, executivo-chefe da organização “Center for Countering Digital Hate“, o algoritmo do TikTok “bombardeia” adolescentes com conteúdo prejudicial.
Ahmed é um dos autores de uma pesquisa recente que mostrou as causas e efeitos da rede neste público. Segundo ele, o Tiktok “é o que mais vicia, o mais perigoso e precisa ser tratado com mais urgência”.