Eleito 5 vezes o melhor do mundo e com 3 estrelas Michelin, o restaurante de Copenhague vai mudar o foco
Depois de 20 anos, o chef, René Redzepi está transformando seu restaurante em Copenhague, na Dinamraca em uma gigantesca cozinha de teste. Noma foi eleito cinco vezes o melhor do mundo e conquistou três estrelas Michelin. Redzepi anunciou que o restaurante fechará as portas no segundo semestre de 2024. Atualmente, o local oferece uma gastronomia nórdica, a ideia é mudar para uma cozinha laboratório onde serão produzidas inovações alimentares.
“Espero que possamos provar ao mundo que você pode envelhecer, ser criativo e se divertir na indústria. Em vez de trabalho árduo, cansativo e mal remunerado, sob condições, em geral, precárias que desgastam as pessoas.” afirmou Redzepi.
O anúncio foi feito nas redes sociais do restaurante. “Para continuar sendo o Noma, devemos mudar. Portanto, queridos convidados e amigos, temos algumas novidades interessantes para compartilhar. O inverno de 2024 será a última temporada do Noma como o conhecemos. Estamos começando um novo capítulo; Noma 3.0”.
O Noma foi inaugurado em 2003 e logo no início despertou a curiosidade. O restaurante começou usando apenas ingredientes nórdicos, o que fez com que ele e sua equipe se aprofundassem ainda mais nos produtos e proteínas locais. Mas no início o local passou por muita desconfiança.
“Você se lembra dos primeiros anos do Noma? Poucas pessoas acreditaram em nós”, disse Redzepi quando o restaurante foi eleito o melhor do mundo, em 2014. “Éramos os geeks na classe de roupas de cama e vinhos finos. Eles nos deram nomes engraçados. Todos nos lembramos das ofensas que recebemos.
Após a desconfiança inicial, não demorou muito para que o Noma passasse a liderar a lista dos 50 melhores do mundo quatro vezes antes de fechar e reabrir em um novo local, onde conquistou o primeiro lugar novamente. O local acumulou três estrelas Michelin, a última vencida em 2021. Da técnica à estética, no auge do Noma foi o restaurante mais influente do mundo.
Mas todo o sucesso de Noma teve um preço, sobre o qual Redzepi falou tanto no passado quanto no presente. Os pratos criativos do restaurante exigem longas horas para serem preparados, com muitos funcionários mal pagos ou estagiários não remunerados fazendo o trabalho (o Noma só começou a pagar seus estagiários em outubro do ano passado). As tensões inerentes ao ambiente da cozinha foram agravadas pelo abuso verbal e físico de Redzepi, que ele admitiu em entrevista.
Essa não é a rota que o restaurante seguirá, afirmou Redzepi. O Noma 3.0 será um laboratório onde a equipe desenvolverá novos pratos e produtos. É um reforço do Noma Projects, que o restaurante lançou recentemente como uma plataforma para compartilhar suas inovações. O restaurante não vai parar completamente de servir os hóspedes e eventos especiais serão realizados no futuro – mas a vida do Noma, como ficou conhecido, acabou.