A revolta dos operários é contra a demissão de 10 mil funcionários de uma fábrica de testes de Covid-19
Trabalhadores chineses entraram em confronto com a polícia em uma fábrica que produz kits de testes para Covid-19, na cidade de Chongqing, na região sudoeste da China. A revolta começou depois que os trabalhadores foram informados sobre a demissão de 10 mil empregados da fábrica e o não pagamento de verbas trabalhistas.
Alguns vídeos mostram o confronto que aconteceu na entrada da empresa Zybio, especializada na fabricação de equipamentos e reagentes para diagnóstico in vitro da SARS-COV-2.
O fim da política de Covid Zero na China, que obrigava a realização de testes para controlar a propagação do novo coronavírus, fez com que os requisitos para resultados de testes negativos caíssem em todo o país. Com isso, a empresa alega que caiu drasticamente a compra de kits e suprimentos para realização dos testes de Covid-19, o que afetou a produção da indústrias de insumos.
Em um vídeo, centenas de trabalhadores podem ser vistos reunidos do lado de fora da fábrica, alguns deles gritando: “Devolvam nosso dinheiro!”. Caixas de kits de teste de antígeno foram jogadas contra os policiais e ficaram espalhadas pelo chão.
Durante a noite, alguns manifestantes jogaram cadeiras, caixotes e cones de trânsito contra um grupo de policiais de choque posicionados no local, forçando os policiais a recuarem. Veja as imagens.
Jan 7, at #Chongqing city, #CCPChina, workers clashed with #CCP police whn they protested against their employer, ZY Bio(中元汇吉药厂) ‘s sudden announcement that some 10K employees would be laid off.#ChinaProtests #China #ChinaUprising pic.twitter.com/Ptt1t0qBbg
— Inconvenient Truths by Jennifer Zeng 曾錚真言 (@jenniferzeng97) January 7, 2023
Publicações nas redes sociais informaram que os protestos começaram na manhã de sábado (07/01) quando os trabalhadores foram informados de que estavam demitidos e que os salários não seriam pagos na integralidade.
Embora manifestações políticas sejam raras na China, protestos sobre questões trabalhistas e manifestações contra empresas específicas ocorrem com frequência. Desde novembro do ano passado, a política rígida de Covid Zero da China acabou levando a protestos generalizados, com centenas de pessoas denunciando situações precárias em hospitais e centros de quarentena para pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Na sequência, o governo chinês anunciou a suspensão da maioria das restrições para o controle da Covid-19 no país. Os números de mortes e de contaminados pelo SARS-COV-2 não são verificados por entidades independentes, porque o governo comunista não adota a transparência em relação aos dados da pandemia.