O momento da unção do monarca, que também é o chefe da Igreja Anglicana e, finalmente, a coroação
Na terceira etapa das cerimônias da coroação, o rei sentou-se na Coronation Chair, aquela construída há 700 anos, para o ritual da Unção, que enfatiza o fato de que, além de monarca, ele é o chefe da Igreja Anglicana.
O azeite utilizado na unção foi produzido especialmente para esta cerimônia, com azeitonas colhidas no Monte das Oliveiras, em Jerusalém, e consagrado na Igreja do Santo Sepulcro, naquela cidade. Neste momento, o rei ficou numa posição protegido dos olhares dos presentes, envolto por uma tela, uma vez que esta é a parte mais sagrada de toda a cerimônia. Então, o rei foi ungido com um sinal da cruz, que vai da cabeça, ao peito e mãos.
A jarra em formato de águia, contendo o azeite, foi construída no século XVII, para a coroação de Charles II, em 1661, mas seguindo um modelo mais antigo, com base na lenda de que a Virgem Maria apareceu para São Tomás, no século XII e lhe deu uma vasilha dourada, também em formato de águia, que deveria ser utilizada para a unção de todos os futuros reis da Inglaterra. A colher utilizada para retirar e espalhar o azeite é do século XII e foi feita de prata, enfeitada com pérolas.
Estágio quatro: a investidura
Finalmente, chegou o momento da coroação, a investidura do monarca como Charles III. O rei usa, uma única vez, em toda a sua vida, a Coroa de St. Edwards. Esta coroa leva o nome do rei anglo-saxão e, mais tarde, santo, Eduardo, o Confessor. E foi usada em todas as coroações, depois de 1.220, até ser derretida por Oliver Cromwell, após a guerra civil. Ela foi feita para a coroação de Charles II, que desejava uma semelhante, mas um pouco mais requintada do que aquela do rei Eduardo.
Pesando 2 quilos, esta coroa foi utilizada por seis monarcas, nos últimos 360 anos. Com um arco de ouro no topo, ela é enfeitada por rubis, safiras, esmeraldas, topázios e turmalinas.
Charles foi o sétimo monarca a utilizá-la, depois de Charles II, James II, William III, George V, George VI e Elizabeth II, que a utilizou em sua coroação, em 1953. No momento em que o Arcebispo colocou a coroa sobre a cabeça do rei, os sinos de todas as igrejas do Reino Unido tocaram por 2 minutos.
Em seguida, salvas de canhões foram disparadas em 11 cidades do país, incluindo, Edimburgo, Cardiff, Belfast, além de Londres e das maiores cidades da Inglaterra. Navios da Marinha Real também dispararam seus canhões.