Execução teria sido feita em um estádio lotado, na presença de ministros e juízes
Um porta-voz do Talibã anunciou que um homem chamado Tajmir foi morto por enforcamento em um estádio esportivo lotado na província de Farah, no sudoeste do Afeganistão, depois de confessar assassinato. Essa teria sido a primeira execução pública desde o retorno do grupo ao poder no país, no ano passado, informou a rede BBC, de Londres.
Dezenas de líderes do Talibã, incluindo a maioria dos principais ministros de seu governo, compareceram ao enforcamento. O ato ocorre semanas depois que os juízes foram instruídos pelo governo a aplicar a lei da Sharia de forma incondicional.
Soldado do Talibã em ação: volta dos métodos anteriores no Afeganistão (Foto: capt. vídeo)
Ao retornar ao poder, no ano passado, o grupo extremista islâmico havia prometido buscar uma versão mais branda para o duro regime que caracterizou sua passagem anterior no poder, entre 1996 a 2001.
Mas a execução, que o Talibã afirma ter ocorrido nesta quarta-feira (7/12), marca um retorno à interpretação extremista do grupo sobre a Sharia.
Embora o grupo já tenha promovido várias chicotadas públicas recentemente — incluindo a de uma dúzia de pessoas diante de um estádio de futebol lotado na província de Logar no mês passado — esta é a primeira vez que o Talibã reconhece a realização de uma execução.
Segundo seu porta-voz, Zabihullah Mujahid, a execução contou com a presença de vários juízes da Suprema Corte, militares e altos ministros — incluindo os ministros da Justiça, das Relações Exteriores e do Interior.
Mohammad Khaled Hanafi, acusado de impor a estrita interpretação da lei islâmica pelo Talibã como ministro do vício e da virtude, também estava presente. No entanto, o primeiro-ministro Hasan Akhund não compareceu, disse o comunicado.
De acordo com o Talibã, o homem executado chamado Tajmir, filho de Ghulam Sarwar e morador da província de Herat, havia esfaqueado um homem chamado Mustafa há cerca de cinco anos. Posteriormente, ele foi condenado por três tribunais do Talibã e sua sentença foi aprovada pelo mulá Akhundzada.
Antes da execução, foi lançado um edital divulgando o evento e “pedindo a todos os cidadãos que se juntem a nós no campo esportivo”. A mãe do homem assassinado por Tajmir disse à BBC que os líderes do Talibã imploraram a ela que perdoasse o condenado, mas ela insistiu em sua execução.
