NEGÓCIOS

Como estará o veículo TV dentro de três anos?

Especialistas apontam mudanças que devem ocorrer na televisão e os caminhos para sobrevivência

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 7 de fevereiro de 2023 - 19:58

Para entender melhor a transformação que se observa no setor, o canal de tevê americano de notícias de negócios CNBC (NBCUniversal/ Comcast) promoveu um debate com diversos executivos e especialistas para tentar descobrir o que pode ocorrer nos próximos três anos na indústria da televisão.

Algumas mudanças já ficaram claras, segundo os especialistas. A TV a cabo, por exemplo, vai continuar perdendo milhões de assinantes a cada ano para seu concorrente direto: os serviços de streaming. Isso significa que a principal maneira do mundo assistir televisão está mudando. É como ouvirmos: “na minha casa, meus filhos não assistem os canais de TV tradicionais, nem sabem o que está passando, só costumam ver Netflix, Amazon Prime, GloboPlay, HBO Max, Paramount+, Disney+…”

As notícias e o esporte vão manter os canais tradicionais.

Muitos analistas da comunicação acham que a tevê tradicional vai acabar num espaço bem curto de tempo. Não é o que pensa uma poderosa executiva do setor de streaming. Bela Bajaria, diretora de conteúdo da Netflix, disse que: “Desde que comecei neste negócio em 1996, as pessoas sempre falaram sobre a morte da TV linear. Definitivamente a o tamanho do mercado, o tamanho da torta será menor em três anos. Mas há tantas pessoas que assistem TV linear, especialmente esportes ao vivo e notícias. Será menor, mas não vai acabar.”

Jeff Zucker, ex-presidente da CNN, foi bem objetivo na sua análise: “Continuará a existir. Obviamente, terá menos opções do que hoje. Notícias e esportes o manterão vivo a tv tradicional, linear viva”.

Ann Sarnoff, ex-presidente e CEO da Warner Bros também acredita na continuidade da TV como é hoje, mas faz algumas ressalvas. “A transmissão linear definitivamente estará disponível em três anos, mas o número de telespectadores/assinantes continuará diminuindo e a idade média dos telespectadores continuará aumentando constantemente. Falando de esporte, um fator importante está na evolução dos canais a cabo o papel que os serviços de streaming desempenham. A fragmentação dos direitos esportivos é boa para os clubes e federações, mas confusa para os consumidores. Os fãs de esportes mais apaixonados assinarão tudo e encontrarão seu esporte onde quer que esteja”, comenta.

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Outro executivo bem experiente também acha que a TV vai durar mais do que as pessoas imaginam. Barry Diller, presidente do IAC e ex-CEO da Fox Broadcasting Company e Paramount, ele analisou o futuro da TV assim: “Está morrendo, mas enquanto a distribuição estiver por aí, mesmo que diminua, ainda estará aqui. O final dessas coisas dura muito mais do que qualquer um prevê”.

Diferente dos entrevistados anteriores, Kevin Mayer, co-CEO da Candle Media, não está otimista com os próximos passos do veículo que ainda ocupa algumas horas diárias de milhões de pessoas do Brasil ou dos Estados Unidos até hoje. Ele falou que: “Faltam apenas alguns anos. Está chegando ao fim. Para entretenimento que não precisa ser visto em um horário específico, isso já está feito. Já mudou amplamente para o streaming. Em seguida, será o fim da programação com roteiro nas redes de transmissão. Não há necessidade disso. Isso vai acabar nos próximos dois ou três anos. Quando a ESPN terminar, o pacote de TV a cabo estará efetivamente acabado. E isso acontecerá relativamente em breve.”

Outro homem da indústria que não está animado sobre o legado da TV é o ex-executivo da Fox, Peter Chernin.  “Vai continuar em declínio. Será pior. Os orçamentos serão cortados”, disse.

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