Moscou negocia a troca de traficante de armas por jogadora de basquetebol dos EUA
O governo russo propôs aos Estados Unidos a libertação da jogadora de basquete Brittney Griner em troca do traficante de armas Viktor Bout, conhecido como “o mercador da morte”.
Na primeira vez que uma autoridade russa se manifesta publicamente sobre o assunto, o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, declarou esperar que as negociações evoluam rapidamente.
Ex-oficial da Força Aérea da Rússia, Bout foi preso na Tailândia, em 2010. Extraditado para os Estados Unidos, ele foi condenado a 25 anos de prisão, sob a acusação de envolvimento na morte de funcionários norte-americanos que investigavam a venda de armas para grupos terroristas no Oriente Médio. Bout também era investigado pela DEA, Agência de Combate às Drogas dos EUA. Segundo Ryabkov, Bout foi “Injustiçado”.
Bastante conhecido nos círculos envolvidos no tráfico internacional de armas, Viktor Bout acabou se tornando personagem de um filme de Hollywood, intitulado “Senhor das Armas”, estrelado por Nicholas Cage. Em Inglês, o filme levava o título do apelido de Bout: “Merchant of Death”.
Por sua vez, Brittney Griner foi presa, em fevereiro, e condenada a nove anos de prisão por posse de maconha, encontrada em sua bagagem, ao desembarcar no aeroporto de Moscou. Ela admitiu que se tratava de um vaporizador de cannabis, mas que “não pretendia violar as leis existentes no país”. Seus advogados consideraram a pena exagerada e solicitaram uma revisão, mas o tribunal que aplicou a sentença ainda não se pronunciou.
Griner, que tem duas medalhas olímpicas, foi enviada por uma remota colônia penal, a 500 km de Moscou, onde foi deixada em péssimas condições, segundo denúncias que chegam ao Ocidente. Jogadora do Phoenix Mercury, Griner tinha viajado a Moscou para participar de um torneio internacional.
Em Washington, fontes do Departamento de Estado revelaram que um outro cidadão norte-americano poderá ser incluído na troca. Trata-se do ex-fuzileiro naval Paul Whelan, preso em Moscou e acusado de espionagem. Whelan, que também tem cidadania britânica, insiste em sua inocência e revelou, por meio de seus advogados, que tem sido submetido a condições brutais no presídio onde se encontra.