MEIO AMBIENTE

Qual o impacto na natureza daquilo que você come?

Pesquisadores criaram algoritmo que calcula as perdas ambientais na produção de comidas e bebidas

Por: Júlia Castello
Da redação | 30 de setembro de 2022 - 22:00

Boa parte dos consumidores, atualmente, não buscam apenas marcas com produtos que se identificam, seja pela qualidade ou preço, mas aquelas que provocam um impacto mais intenso no meio ambiente. As indústrias de cosméticos, de vestuário, tecnologia e até de móveis já foram afetadas. Já a indústria alimentícia, só agora ganha espaço na discussão. Sabe-se que uma calça jeans consome mais de cinco mil litros de água para ser produzida, mas quanto é gasto na produção de um alimento ou de uma bebida?

Pesquisa da Universidade de Oxford, publicada na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences“, criou um algoritmo para calcular pontuação ecológica para o impacto ambiental de alimentos e bebidas individuais.

A pontuação serve tanto para os consumidores do Reino Unido, que daqui a pouco tempo poderão saber por meio de um rótulo o impacto do alimento ou bebida comprada e consumida, como para a própria indústria.

Impacto na natureza

Cada alimento pode ter um impacto diferente no meio ambiente. (Foto: FreePik)

Alimentos x efeito estufa

Ao calcular o impacto que o produto tem ao meio ambiente, como por exemplo, a emissão de gases do efeito estufa durante a produção, as próprias empresas poderão tomar decisões mais ecológicas, seja na hora da produção ou mesmo da distribuição.

De acordo com o Dr. Mike Clark, que liderou a pesquisa, quanto maior a pontuação, maior o efeito negativo ao meio ambiente. Os alimentos que contém carne e laticínios, que derivam do leite, possuem uma pontuação mais alta do que alimentos que contém ingredientes à base de plantas.

A descoberta mais interessante, entretanto, é a diferença de pontuação dentro da mesma categoria específica, o que demostrou que os ingredientes utilizados e suas quantidades fazem grande diferença. Por exemplo, na categoria de biscoitos, os que tinham mais utilização do chocolate tinham um impacto maior na natureza.

Contudo, apesar de todos os benefícios ao meio ambiente que a pontuação poderia criar, tanto no consumo como na produção, os pesquisadores defendem que os rótulos, feitos de acordo com o algoritmo, não deveriam ser obrigatórios, pelo menos por enquanto. Acreditam que o ideal seria que, no futuro, as próprias empresas adotassem o rótulo de forma voluntária, como um serviço em beneficio de seus consumidores.

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