SAÚDE

Por que as mulheres vivem mais que os homens?

Diferença nos cromossomos leva a um aumento nos problemas cardíacos

Por: Daiana Rodrigues Pereira
Da redação | 24 de agosto de 2022 - 21:57

Na escola, todos aprendem na aula de Biologia sobre os cromossomos. Os famosos XX e XY, o primeiro par representando o sexo feminino e o segundo, o sexo masculino. As mulheres herdam os Xs do pai e da mãe. E o filho herda um X da mãe e o Y do pai. Até 10 anos atrás achava-se que o Y só significava a determinação do sexo masculino e responsável pela produção do esperma. Mas estudos recentes indicam que a função vai além disso, podendo representar anos de vida a menos que as mulheres.

Estudos vêm sendo feitos sobre as mutações presentes no sangue humano a partir da produção de células, diariamente, no sangue. Em uma pesquisa divulgada, recentemente, pela revista científica Science, por cientistas da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, apontou que a redução do cromossomo Y nos homens pode estar relacionado ao aumento dos problemas cardíacos.

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No estudo observou-se a queda dos cromossomos de acordo com a idade, podendo chegar a 40% nos indivíduos acima dos 70 anos. Para os maiores de 90, essa taxa chegou a 57%. Além disso, exames realizados com homens com menos cromossomos Y apontaram para um risco maior de câncer, além de outras doenças, que podem levar a viver até cinco anos e meio a menos que as mulheres.
O que faz o cromossomo Y diminuir no sangue?

Um dos fatores para esse cenário biológico é o tabagismo. Segundo outra pesquisa publicada na Science, homens que fumam são três vezes mais propensos a perder seus cromossomos Y. Outro fator determinante é o próprio envelhecimento. Com o tempo, as divisões celulares possuem uma probabilidade maior de ocorrerem mutações, o que atrapalham na cópia do genoma. Fatores hereditários também podem estar relacionados.

Além disso, as mulheres possuem níveis maiores de estrogênio, o que colabora para uma distribuição de gordura pelo corpo. Diferentemente dos homens, em que essa gordura é mais localizada em torno dos órgãos, o que colabora para um risco maior de doenças cardíacas.

Outros motivos 
mulheres vivem mais que homens

Os homens procuram menos os médicos do que as mulheres. (Foto: Pexels)

Apesar dos fatores genéticos e biológicos, não podemos nos esquecer que os homens são mais propícios a atos perigos, que colocam a vida deles em risco. E procuram menos os cuidados médicos em comparação com as mulheres, que, em grande parte, procuram fazer exames de rotina.

De acordo com um artigo publicado pelo Tri-City Medical Center, hospital que atende o condado de San Diego, nos Estados Unidos, existem alguns fatores pela procura aos médicos cair no público masculino. São eles:

– Visão machista de que homens são mais fortes que as mulheres e, por isso, não precisam tomar tantos cuidados em relação à saúde;

– Medo do diagnóstico. Ou, como muitos brasileiros dizem: “Só encontra problema de saúde aquele que procura o médico para descobrir”;

– Desconforto com exames, principalmente, os mais íntimos;

– Homens são mais propensos a aguardarem um longo período de tempo para realizar algum exame, o que pode contribuir para o avanço de alguma doença. Esse número de pessoas pode chegar a 40% do público masculino.

No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a mulher brasileira vive, em média, 7 anos a mais do que o homem. De acordo com o levantamento,  71,2% dos entrevistados haviam se consultado pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores à pesquisa. Entre as mulheres, o dado foi de 78%, contra 63,9% dos homens.

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