Diferença nos cromossomos leva a um aumento nos problemas cardíacos
Na escola, todos aprendem na aula de Biologia sobre os cromossomos. Os famosos XX e XY, o primeiro par representando o sexo feminino e o segundo, o sexo masculino. As mulheres herdam os Xs do pai e da mãe. E o filho herda um X da mãe e o Y do pai. Até 10 anos atrás achava-se que o Y só significava a determinação do sexo masculino e responsável pela produção do esperma. Mas estudos recentes indicam que a função vai além disso, podendo representar anos de vida a menos que as mulheres.
Estudos vêm sendo feitos sobre as mutações presentes no sangue humano a partir da produção de células, diariamente, no sangue. Em uma pesquisa divulgada, recentemente, pela revista científica Science, por cientistas da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, apontou que a redução do cromossomo Y nos homens pode estar relacionado ao aumento dos problemas cardíacos.
Um dos fatores para esse cenário biológico é o tabagismo. Segundo outra pesquisa publicada na Science, homens que fumam são três vezes mais propensos a perder seus cromossomos Y. Outro fator determinante é o próprio envelhecimento. Com o tempo, as divisões celulares possuem uma probabilidade maior de ocorrerem mutações, o que atrapalham na cópia do genoma. Fatores hereditários também podem estar relacionados.
Além disso, as mulheres possuem níveis maiores de estrogênio, o que colabora para uma distribuição de gordura pelo corpo. Diferentemente dos homens, em que essa gordura é mais localizada em torno dos órgãos, o que colabora para um risco maior de doenças cardíacas.
Apesar dos fatores genéticos e biológicos, não podemos nos esquecer que os homens são mais propícios a atos perigos, que colocam a vida deles em risco. E procuram menos os cuidados médicos em comparação com as mulheres, que, em grande parte, procuram fazer exames de rotina.
De acordo com um artigo publicado pelo Tri-City Medical Center, hospital que atende o condado de San Diego, nos Estados Unidos, existem alguns fatores pela procura aos médicos cair no público masculino. São eles:
– Visão machista de que homens são mais fortes que as mulheres e, por isso, não precisam tomar tantos cuidados em relação à saúde;
– Medo do diagnóstico. Ou, como muitos brasileiros dizem: “Só encontra problema de saúde aquele que procura o médico para descobrir”;
– Desconforto com exames, principalmente, os mais íntimos;
– Homens são mais propensos a aguardarem um longo período de tempo para realizar algum exame, o que pode contribuir para o avanço de alguma doença. Esse número de pessoas pode chegar a 40% do público masculino.
No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a mulher brasileira vive, em média, 7 anos a mais do que o homem. De acordo com o levantamento, 71,2% dos entrevistados haviam se consultado pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores à pesquisa. Entre as mulheres, o dado foi de 78%, contra 63,9% dos homens.