Soldados ucranianos foram recebidos com festa após retirada de tropas russas da região
Uma multidão recebeu os soldados ucranianos no centro de Kherson, no sul da Ucrânia, após a retirada das tropas russas da região. A população aplaudiu e fez festa com os soldados ucranianos. Alguns moradores brindaram com champagne a retomada da única capital regional que estava totalmente sob o controle de Moscou desde o início da guerra.
Comemorações parecidas aconteceram também em outras regiões da Ucrânia, como em Odesa e na capital Kiev.
Mas o governo ucraniano alerta que a guerra não acabou após a retomada de Kherson. Kiev tem adotado um postura de cautela, pois, apesar do golpe nas ambições do Kremlin, as autoridades ucranianas aguardam uma contra-ofensiva dos inimigos russos.
O Ministério da Defesa da Ucrânia entende que é muito cedo para relaxar. “Sempre acreditamos que libertaríamos Kherson. E estamos confiantes de que agora os russos estão começando a acreditar que nunca serão capazes de vencer esta guerra”, disse Yuriy Sak, conselheiro do ministro da Defesa ucraniano em uma entrevista à BBC News. “Mas esta guerra está longe de terminar”, finalizou Sak.
Os moradores de Kherson vivem sob a ameaça constante de ataques com mísseis russos, principalmente contra instalações civis.
As tropas russas deixaram a cidade de Kherson para se posicionarem do outro lado do rio Dnipro no que está sendo chamado de “estado de defesa profunda na margem esquerda”.
A Rússia retirou cerca de 30 mil pessoas de Kherson, entre soldados e civis que trabalhavam na administração da cidade, além de 5 mil peças de equipamento militar, armamento e outros ativos de guerra.
Analistas internacionais avaliam que o recuo russo foi uma decisão estratégica para preservar a vida de soldados que poderiam morrer lutando em uma batalha que não poderiam vencer. A medida também permitiu que esse contingente fosse deslocado para outras frentes de batalha no país.
Durante o sábado, as tropas russas destruíram pontes rodoviárias e ferroviárias sobre o rio Dnipro como parte de sua retirada. Explosões foram observadas na principal travessia do rio, a Ponte Antonivsky, que sofreu avarias e desmoronou parcialmente. Uma barragem a 58 km de Kherson, também foi destruída por explosões russas.