Ao contrário do esperado, liberação levou ao aumento na venda ilegal de maconha
Quase dois anos após a aprovação da lei que permite o uso recreacional da maconha, no Estado de Nova York, os resultados são bem diferentes do que acreditavam os defensores da medida. Dados da polícia de Nova York indicam que, só na área urbana da cidade, existem 1.300 pontos de venda ilegal de maconha, além dos estabelecimentos que funcionam com autorização das autoridades sanitárias.
“Eu admito. Nunca pensei que esse cenário poderia acontecer”, declarou a senadora Elizabeth Krueger, que trabalhou pela aprovação da lei de uso recreacional da maconha. E ela vai além: afirma que seus colegas do Partido Democrata não contavam com a possibilidade de aumento da venda ilegal, ao mesmo tempo em que inúmeros estabelecimentos solicitavam autorização para o comércio legalizado.
Além de se confessar “frustrada” com os resultados, Krueger sugeriu que a polícia de Nova York deveria agir para fechar os pontos de venda ilegais. Diante deste cenário, a senadora está trabalhando com a atual governadora, Kathy Hochul, na elaboração de uma nova lei para facilitar o fechamento dos pontos ilegais de venda da droga. Entre outras providências, a lei deverá impedir que as lojas vendam, no mesmo local, maconha e outros produtos como cigarros e até doces. Proprietários que alugarem seus imóveis para esse tipo de estabelecimento estarão sujeitos a multas e a polícia poderá se apoiar em leis para promover o fechamento de pontos que funcionem ilegalmente.
Em março de 2021, quando assinou a lei aprovada pelo legislativo local, liberando o uso recreacional, o então governador Andrew Cuomo, do Partido Democrata, também acreditava que a legalização iria reduzir drasticamente o tráfico, o que acabou não acontecendo.
Por sua vez, o New York City Council, equivalente à Câmara Municipal da cidade, divulgou mensagem alertando que os pontos ilegais de venda de maconha tornaram difícil a sobrevivência dos estabelecimentos que funcionam de acordo com a lei. Isso porque eles pagam impostos, ao contrário dos demais, e arcam com outros custos não assumidos pelos ilegais.
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