INTERNACIONAL

Pesadelo para os democratas. Republicanos devem conquistar maioria na Câmara e Senado

Biden e Obama lutam até o último minuto, mas as pesquisas indicam a vitória da oposição

Por: Carlos Taquari
Da redação | 7 de novembro de 2022 - 21:55

O Partido Republicano precisa de apenas 6 cadeiras para conquistar a maioria na Câmara de Representantes, nas eleições desta terça-feira. Mas, de acordo com as pesquisas, devem levar bem mais do que isso. Os números variam de 14 a 48 cadeiras de vantagem, com a média de 31. Os mais otimistas, entre os republicanos, esperam até 50 cadeiras a mais.

No Senado, a batalha é mais difícil. Atualmente, os democratas têm vantagem de apenas um voto, que pode ser dado pela vice-presidente Kamala Harris. As pesquisas indicam uma virada em favor dos republicanos, ainda que seja por estreita margem: 51 a 49.

Como parte dos esforços para reverter a tendência apontada pelas pesquisas, tanto Joe Biden como o ex-presidente Barack Obama, a maior estrela do partido, saltaram de um comício para outro nas últimas semanas. Mas o fato é que eles acabam falando para um eleitorado democrata e suas mensagens têm pouca influência entre a oposição republicana. Além dos deputados e senadores, serão eleitos os governos de 36 Estados e centenas de conselhos locais.

Não bastassem esses números, tradicionalmente, nas eleições de meio de mandato, a oposição sempre conquista a maioria no Congresso dos Estados Unidos. Isto porque o governo eleito, em apenas dois anos, não consegue resolver a maioria dos problemas com que se defronta.

Democratas

Obama: esforço de última hora, mas com resultados improváveis. Crédito: Arquivo Pessoal.

Desta vez, os temas que provocaram maior desgaste para o governo de Joe Biden são: a inflação de 8,2%, a maior em 40 anos. Esse é um problema que se repete na Europa, onde países com a Alemanha e Reino Unido também enfrentam uma forte pressão inflacionária, curiosamente, com o mesmo recorde em 4 décadas. De um lado e de outro do Atlântico, o aumento nos preços dos alimentos e combustíveis, está relacionado com a decisão da Rússia de cortar o fornecimento de gás e petróleo para o Ocidente. Para complicar, a Rússia ainda contou com o apoio da OPEP, que reduziu a produção de petróleo, forçando novos aumentos de preços.

E a oferta de cereais no mercado internacional, também relacionada com a guerra, é outro fator que pressiona a inflação.

Mas o eleitor não quer saber disso. E também culpa o governo pelo desemprego, em boa parte ainda um reflexo da pandemia. Com a inflação alta e a falta de empregos – muitas famílias têm pelo menos um integrante sem trabalho – muitos norte-americanos não conseguem fechar as contas do mês. Hipotecas de residências são renegociadas e um clima de insegurança se espalha entre a população.

Neste cenário, não surpreende que boa parte dos eleitores se deixe levar pelas promessas dos republicanos. Afinal, sempre é mais fácil prometer do que realizar.

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