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Papa Francisco surpreende e afirma que renúncias não devem virar moda no Vaticano

Papa Francisco surpreende: “Renúncia não deve virar moda no Vaticano”

O Pontífice reconheceu a existência de uma carta de renúncia assinada de próprio punho, mas que a aposentadoria não está em sua agenda no momento

Por: Mario Augusto
Da redação | 16 de fevereiro de 2023 - 10:13
Papa Francisco surpreende e afirma que renúncias não devem virar moda no Vaticano

O Papa Francisco encerrou uma longa especulação sobre uma possível renúncia após a morte do Papa Emérito, Bento XVI. Francisco disse claramente que a renúncia de pontífices, em vez de governarem até o fim da vida, não deveria se tornar uma “moda” na Igreja Católica Romana. Para o Papa que abriu a igreja para as minorias, uma renúncia deve acontecer somente em circunstâncias verdadeiramente excepcionais.

As declarações foram feitas em conversas privadas com jesuítas durante a recente viagem do Papa à República Democrática do Congo no início de fevereiro e vão de encontro a declarações anteriores sobre o mesmo assunto.

Papa Francisco surpreende e afirma que renúncias não devem virar moda no Vaticano

Carta de renúncia é real e foi entregue ao Secretário de Estado do Vaticano. (Foto: Vatican News)

Em 2014, Francisco disse que a renúncia de Bento XVI não deveria ser vista como “um caso único” e que, ao deixar o cargo, Bento havia se tornado “uma instituição que abriu uma porta, a porta dos papas eméritos”.

Oito anos mais tarde, em julho de 2022, Francisco disse que o aumento da idade e as doenças, incluindo um problema no joelho que o obriga a usar uma bengala e uma cadeira de rodas, o fizeram perceber que precisava desacelerar “ou decidir se afastar”. No mês seguinte disse que os papas que renunciam são “humildes”.

Carta de renúncia é real

No dia 2 de fevereiro, em Kinshasa, capital do Congo, o Papa Francisco foi questionado sobre os boatos de uma possível renúncia. O pontífice respondeu que após sua eleição em 2013, entregou uma carta de renúncia a um funcionário do Vaticano para ser usada caso um dia ele sofresse de uma condição médica grave que o deixasse permanentemente inconsciente ou incapaz de tomar decisões.

“Isso não significa, no entanto, de forma alguma que a aposentadoria dos papas deva se tornar, digamos, uma moda, uma coisa normal”, disse Francisco. “Acredito que o ministério papal deve ser vitalício. Não vejo razão para que não seja assim. A tradição histórica é importante. Se, em vez disso, dermos ouvidos a fofocas, teríamos que mudar de papa a cada seis meses”, brincou o santo Padre.

Mas, para tranquilizar os fiéis católicos, Francisco disse que sua própria renúncia, mesmo que por motivos de saúde, não está na agenda do pontífice no momento.

A renúncia de Bento XVI

Alegando saúde física e mental frágil, em 2013, o Papa Bento XVI, tornou-se o primeiro pontífice a renunciar ao papado em 600 anos de história recente da Igreja Católica.

Depois da aposentadoria e de ter sido declarado Papa Emérito, Bento viveu por quase 10 anos. Nesse período continuou escrevendo e recebendo visitantes, que às vezes revelavam o conteúdo das conversas trocadas com o papa, o que, de certa forma, serviu para alimentar a ala mais conservadora da igreja católica, que está visivelmente descontente com o papado de Francisco.

De acordo com os principais assessores de Bento XVI, o papa aposentado permaneceu lúcido até alguns dias antes de morrer em 31 de dezembro do ano passado.

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