MEIO AMBIENTE
Países fecham acordo histórico para proteger a natureza na COP da biodiversidade

Países fecham acordo histórico para proteger a biodiversidade

Plano de emergência prevê a preservação de 1/3 da biodiversidade do Planeta até 2030

Por: Mario Augusto
Da redação | 19 de dezembro de 2022 - 13:37
Países fecham acordo histórico para proteger a natureza na COP da biodiversidade

Após intensas negociações, os países reunidos na COP-15, a Conferência da Biodiversidade da ONU, em Montreal, no Canadá, chegaram a um acordo visando a proteção de 30% do planeta, até 2030, o chamado 30 por 30.

No acordo, considerado “histórico” pelos países presentes ao encontro, todos assumiram o compromisso de proteger os ecossistemas, na água e na terra, as florestas e regiões alagadas.

“Esse é um momento importante, que vai entrar para a história, assim como ocorreu com a Conferência para o Clima, de Paris, em 2015”, declarou o ministro para o Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Canadá, Steven Guilbeault.

O encontro de Montreal era considerado como “a última chance” de colocar a natureza no caminho da recuperação. O principal obstáculo era o financiamento dos planos de conservação na natureza, que deve ser assumido pelos países industrializados.

Os principais pontos do acordo são:

– manter e restaurar os ecossistemas, incluindo a proteção de espécies ameaçadas de extinção, de forma a assegurar a biodiversidade.

– uso sustentável da biodiversidade, visando a garantia de que a população global tenham garantidos os alimentos e água necessários

– garantir que os recursos da natureza, incluindo medicamentos produzidos a partir das plantas, sejam distribuídos de forma igualitária.

– assegurar os direitos dos povos indígenas, incluindo o acesso aos recursos naturais

– pagar pelo uso dos recursos provenientes da biodiversidade, garantindo que os resultados obtidos sejam destinados às áreas mais necessitadas.

“Agora que alcançamos um acordo, cabe aos governos, empresas e comunidades garantir que os compromissos assumidos sejam levados adiante”, declarou Georgina Chandler, conselheira da Royal Society for the Protection of Birds, de Londres, uma das principais defensoras de medidas urgentes em favor da proteção da natureza.

Mais de 190 países concordaram em proteger um terço dos recursos naturais do planeta até 2030 para assegurar a biodiversidade da vida selvagem. O compromisso assumido prevê a liberação de US$ 30 bilhões de dólares em ajuda anual para a conservações de ecossistemas em países em desenvolvimento.

Comissário da UE para Meio Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevicius (ao centro) acredita na restauração de 6 bilhões de hectares de ecossistemas terrestres e marinhos até 2030. (Reprodução/Twitter)

“A natureza é o nosso navio. Devemos garantir que ele permaneça flutuando”, disse o Comissário da UE para Meio Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevicius.

De acordo com a ONU, mais de 1 milhão de espécies animais e vegetais estão ameaçadas de desaparecer da face da terra, colocando em risco o bem estar, o sustento e a própria existência dos seres humanos.

Países fecham acordo histórico para proteger a natureza na COP da biodiversidade

Plenário da COP15 após 10 dias de intensas discussões. (Foto: ONU)

Diferença entre COP15 e COP27

COP é a sigla em inglês que faz referência à conferência das partes. São reuniões em que são tomadas todas as decisões a respeito das convenções das Nações Unidas. A mais conhecida é a Convenção do Clima, a COP 27, que foi realizada no último mês de novembro no Egito, e que abarca um conjunto bem maior de temas que interferem no aquecimento global e nas mudanças climáticas.

Já a COP15 trata exclusivamente da implementação da Convenção da Biodiversidade, tratado multilateral assinado em 1992, no Rio de Janeiro, durante a ECO92, que trata da proteção e do uso da diversidade biológica em cada país signatário.

A Convenção prevê a conservação da biodiversidade, o uso sustentável desses recursos naturais e a a distribuição justa e equitativa dos benefícios advindos do uso econômico dos recursos genéticos, respeitada a soberania de cada nação sobre o patrimônio existente em seu território.

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