ECONOMIA
Ministros de finanças do G-20 se reúnem para discutir ameaças econômicas globais

Países do G-20 se reúnem para discutir ameaças econômicas globais

Crescimento econômico, estabilidade e dívida crescente de alguns países estão em pauta

Por: Mario Augusto
Da redação | 22 de fevereiro de 2023 - 21:55
Ministros de finanças do G-20 se reúnem para discutir ameaças econômicas globais

Ministros de Finanças do G-20, grupo dos países com as vinte maiores economias do mundo, se reúnem nesta semana, em Bengaluru, no sul da Índia, para discutir uma série de temas que vão desde o crescimento econômico e estabilidade globais até inflação em alta e dívida crescente em diversos países.

A reunião desta semana, que conta com a presença de ministros das finanças e presidentes de bancos centrais, acontece um ano após a invasão da Rússia na Ucrânia, que desencadeou uma crise generalizada na economia mundial. Em um ano, a principal consequência da guerra foi a escalada da inflação, marcada pela alta de preços ao consumidor, principalmente de energia e alimentos.

Importância da Índia

A Índia participa dessa rodada de discussões ocupando uma posição cômoda. Está entre os países que transitam entre as principais nações ocidentais e a Rússia, ávida por mais influência global, mas faz isso com cautela para não se envolver em antagonismos, uma vez que a economia indiana está se beneficiando das compras de petróleo bruto russo com desconto.

“A Índia tem um papel de liderança global crescente”, afirmou o ministro da Informação do país, Anurag Thakur. “A era de hoje não é de guerra. Diálogos e discussões são o único caminho a seguir”, enfatizou o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que defende que essa seja tônica do encontro com os líderes econômicos mundiais.

Ministros de finanças do G-20 se reúnem para discutir ameaças econômicas globais

Aeroporto de Bengaluru, cidade tecnológica da Índia que sedia a reunião do G-20. (Foto: Wikimedia Commons)

Modi vai lançar mão da condição de anfitrião para destacar a importância da Índia como líder na luta contra as mudanças climáticas e atuar como mediadora entre os interesses dos países industrializados e aqueles em desenvolvimento.

“Não temos os recursos que os países desenvolvidos têm, mas com recursos mínimos também conseguimos muito em setores como espaço e energias renováveis, como o hidrogênio verde”, disse Thakur.

Segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional a Índia e a China sozinhas contribuirão com mais da metade do crescimento econômico global em 2023, com outros países asiáticos contribuindo com outros 25% dessa expansão com taxas de crescimento de 6% a 7%.

As discussões em Bengaluru incluirão ainda o financiamento climático e a busca de consenso sobre a regulamentação de moedas digitais, questões fiscais globais e outras prioridades financeiras.

Brasil na reunião do G-20

O Brasil, representado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, investirá numa agenda própria que gira em torno da transição verde. O foco principal da comitiva brasileira serão os encontros bilaterais que acontecerão nesta sexta-feira.

O governo avalia que há grande expectativa quanto à participação do Brasil na reunião do G-20, pois, segundo Haddad, a economia brasileira ficou “muito isolada” nos últimos anos e agora o “mundo celebra a volta do Brasil à mesa de negociação”, afirmou o ministro da Fazenda.

Em 2024, o Brasil sediará a cúpula do G-20 e assumirá a presidência rotativa do grupo.

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