ECONOMIA

OPEP e aliados decidem reduzir a produção de petróleo para elevar preço

Estados Unidos e Europa já sentem o impacto da decisão; no Brasil, o combustível tende a seguir as variações internacionais

Da redação | 5 de outubro de 2022 - 14:27
Com Daiana Rodrigues Pereira, de São Paulo

Uma coalizão de nações produtoras de petróleo liderada pela Arábia Saudita anunciou, nesta quarta-feira, (05/10), que deverá reduzir a produção de petróleo em 2 milhões de barris por dia. O grupo de países disse que está fazendo a mudança “à luz da incerteza que envolve as perspectivas econômicas e do mercado global de petróleo, além da necessidade de aprimorar a orientação de longo prazo para o mercado”.

Será a primeira vez que o grupo reduz as metas de produção de petróleo desde o início da pandemia de Covid-19. A Opep Plus informou que o corte na produção entraria em vigor em novembro.

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O movimento  foi muito mais agressivo do que a maioria dos analistas esperava até alguns dias atrás, e reflete o desejo das nações produtoras de petróleo de conter a recente queda nos preços globais. Ao elevar os preços da energia, o corte também pode ajudar a Rússia – que depende das vendas de gás e petróleo para uma grande parte de seu orçamento – financiar sua guerra contra a Ucrânia, que os EUA tentaram minar.

Os preços mais altos da energia também podem enfraquecer a determinação de outros países, que apoiaram a Ucrânia na tentativa de repelir a Rússia após a invasão de fevereiro.

Decisão da OPEP impactará os preços dos combustíveis no mundo. (Foto: Freepik)

O corte ocorre apesar do lobby agressivo do governo do presidente dos EUA, Joe Biden, para que o consórcio continue a produção nos níveis atuais ou superiores — pontuado pela visita de Biden à Arábia Saudita em julho.

Biden havia prometido no início de seu governo tornar a Arábia Saudita um pária internacional, mas voltou a se envolver ao tentar usar todos os canais disponíveis para conter os aumentos no preço do gás que prejudicaram seus índices de aprovação doméstica.

Consequências para o mercado internacional

Os preços do petróleo já saltaram no mercado, nesta semana, em antecipação às notícias de hoje. Espera-se que aumentem ainda mais agora, provavelmente acima de US$ 100 por barril.

Também espera-se que o anúncio eleve as pressões inflacionárias nos EUA e na Europa, bem como minar o esforço para fortalecer a Ucrânia enquanto ela se defende contra a invasão russa. A Rússia havia pressionado pelo corte de produção, o que permitirá a Moscou vender petróleo por preços mais altos no mercado global, gerando mais receita para sua guerra e mobilização de tropas.

No Brasil

Por volta das 12h30 desta quarta (05/10), o preço do petróleo tipo brent já havia subido 2%, cotado a 93,50 dólares o barril. As companhias brasileiras de capital aberto que produzem petróleo e gás, a PetroRio e a 3R, já negociam as altas na bolsa em um valor de 4%. Já a Petrobras, de 2%. Com isso, o aumento do preço do combustível no país deve aumentar, em breve, impactado pelo mercado internacional.

 

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