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https://pt.wikipedia.org/wiki/Uigures

ONU acusa China de graves violações a direitos humanos

Os abusos teriam sido praticados contra muçulmanos uigures em campos de detenção

Por: Mario Augusto
Da redação | 1 de setembro de 2022 - 13:45
https://pt.wikipedia.org/wiki/Uigures

Um relatório do Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) aponta “graves violações dos direitos humanos” praticados pela China contra os uigures, uma minoria muçulmana que ocupa a província de Xinjiang, no Oeste do país.

A China havia pediu à ONU que não divulgasse o relatório, alegando que se trata de uma “farsa” organizada pelas potências ocidentais. Mas o texto foi divulgado no último dia de mandato de Michelle Bachelet à frente do órgão.

Os investigadores do Alto Comissariado disseram ter encontrado evidências críveis de condutas equivalentes a “crimes contra a humanidade”, como estupros, tortura e esterilização forçada.

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Há anos, grupos de direitos humanos vêm denunciando a ocorrência dos crimes na província, mas só agora houve uma manifestação oficial pelo órgão das Nações Unidas. De acordo com as denúncias, mais de um milhão de uigures foram detidos arbitrariamente e colocados em uma rede de prisões denominadas pelo governo chinês como “campos de reeducação”. O governo de Pequin diz que os uigures são religiosos extremistas e que apenas detém os que cometem crimes.

No entanto, o relatório da ONU concluiu que “a extensão da detenção arbitrária e discriminatória de membros de uigures e outros grupos predominantemente muçulmanos pode constituir crimes internacionais, em particular crimes contra a humanidade”
O relatório recomenda que a China adote medidas imediatas para libertar todos os indivíduos que foram “arbitrariamente privados de sua liberdade”.

O Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou que “as chamadas sugestões foram reunidas com base em desinformação para servir a objetivos políticos”.

12 milhões de uigures
Cerca de 12 milhões de uigures, a maioria muçulmanos, vivem atualmente na província de Xinjiang. A ONU considera que outras minorias étnicas também podem ter sido submetidas às violações perpetradas nos campos de detenção chineses.

Relatório do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU aponta abusos praticados pela China. (Foto: ONU)

Os EUA já denunciaram as ações da China em Xinjiang como um genocídio, mas o relatório do Alto Comissariado de Direitos Humanos não reconhece a acusação.

O governo chinês afirma que os militantes uigures fazem uma campanha violenta pela criação de um Estado independente, mas nega veementemente os abusos na repressão.

Campos de detenção

A China insiste que os campos de detenção fornecem aos uigures e a outras minorias turcas lições para os afastar dos perigos do terrorismo e do extremismo.

Após a divulgação do relatório, ativistas dos direitos dos uigures reivindicam a criação de uma comissão de inquérito para apurar a fundo todas as denúncias e pedem que as empresas do mundo todo cortem os laços comerciais com qualquer pessoa que seja cúmplice do governo chinês no tratamento dos uigures.
A comunidade internacional reagiu com energia à divulgação do relatório. Tom Tugendhat, presidente do comitê de relações exteriores do Reino Unido, disse que as conclusões do relatório representam uma “acusação extremamente séria” e refutou o argumento de Pequim de que as alegações estão alimentando o sentimento anti-chinês. Já a Alemanha pediu a libertação imediata de todos os uigures detidos arbitrariamente.
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