COMPORTAMENTO
(Foto: Daria Nepriakhina/Unsplash)

Oito em cada dez pessoas admitem espionar celulares alheios

Mulheres são as que mais acessam, mas os namorados também estão entre os mais bisbilhoteiros, em busca de indícios de traição

Por: Mario Augusto
Da redação | 8 de maio de 2023 - 20:55
(Foto: Daria Nepriakhina/Unsplash)

Pelo menos 82% dos americanos admitem espionar os dispositivos digitais de outras pessoas, principalmente os telefones celulares, de acordo com uma pesquisa encomendada pelo Secure Data Recovery, nos Estados Unidos. Namorados/as e ex-parceiros são os mais propensos a desrespeitar o direito à inviolabilidade de comunicação.

De acordo com a pesquisa, aqueles que espionam os telefones alheios normalmente têm um motivo para estar sempre tão desconfiados. O mais assustador é que 70% dos entrevistados afirmaram ter encontrado revelações incriminadoras ou preocupantes depois de passarem pelos dispositivos de alguém. As mais comuns são evidências de traição, flerte digital ou trapaças pessoais.

A pesquisa traçou um perfil dos bisbilhoteiros. Nove em cada dez dos curiosos compulsivos admitiram que vão direto para as mensagens, e-mails ou mensagens diretas de mídia social das suas vítimas. 44% verificam primeiro as fotos de uma pessoa e 38% leem o histórico do navegador de seu alvo. A geração do milênio é a mais propensa à espionagem digital. Os millennials representam 85% do total de bisbilhoteiros e logo atrás vem a geração Z (77%).  Os millennials são os nascidos entre entre 1981 a 1995. E a Geração Z os nascidos entre a segunda metade da década de 1990 até o início do ano 2010.

Apesar de serem menos representativos, há casos de espionagem digital direcionadas a crianças (9%), amigos (8%), pais (7%), irmãos (7%) e colegas de trabalho (3%). Um aspecto curioso é que 35% nunca se sentem culpados por bisbilhotar o aparelho de outra pessoa.

Os Millennials estão entre os que mais acessam dispositivos dos outros. (Foto: Eddy Billard/Unsplash)

Pegar no flagra

Apesar de constituir uma ofensa à privacidade alheia, 81% dos que admitiram acessar os dispositivos eletrônicos sem autorização dos donos, também afirmam que nunca foram pegos enquanto bisbilhotavam os outros.

Segundo a pesquisa, as mulheres são as que mais acessam dispositivos de outras pessoas, elas representam 88% da amostragem contra 77% de homens. E como espionam mais, as mulheres também são as que menos se arrependem de acessar as comunicações dos outros.

O Secure Data Recovery entrevistou 1.003 pessoas nos Estados Unidos por meio da plataforma de pesquisa on-line Prolific, perguntando sobre os hábitos e opiniões de espionagem digital. 48% dos entrevistados eram mulheres, 50% homens e 2% não-binários. As idades dos entrevistados variaram de 18 a 76 anos.

Vale lembrar que no Brasil, o Código Penal, em seu artigo 154-A, considera essa prática como um crime, caracterizado como delito de invasão de dispositivo informático. A pena prevista vai de 1 a 4 anos de prisão, além de multa.

Leia também:
União Europeia vai investir € 500 milhões para colocar a economia do bloco no “modo de guerra”
Bancos do Reino Unido alertam para aumento nos golpes online
Tiros num shopping de Dallas, no Texas. Oito mortos e dezenas de feridos

+ DESTAQUES