ECONOMIA
O mundo não tem aviões suficientes para atender a demanda pós-covid

O mundo não tem aviões suficientes para atender a demanda pós-covid

As gigantes da aviação têm mais de 12 mil novos pedidos de jatos que não serão entregues no prazo por falta de peças

Por: Mario Augusto
Da redação | 29 de dezembro de 2022 - 13:27
O mundo não tem aviões suficientes para atender a demanda pós-covid

Com a suspensão das restrições impostas pela pandemia e a retomada das viagens aéreas pós-covid, o mundo se depara com uma situação inusitada: faltam aviões para atender à crescente demanda do setor aéreo. Várias companhias de diferentes continentes estão na fila de espera aguardando a entrega de novos jatos.

As gigantes Boeing e Airbus concentram a maior parte das 12.720 novas encomendas de aviões comerciais, segundo estimativas do banco de investimentos Jefferies. As duas fabricantes de jatos comerciais estão com pedidos esgotados e fila de espera para seus modelos mais populares, o Boeing 737 e o Airbus A320, até 2029.

Esses novos pedidos estão sendo entregues com atraso porque, segundo especialistas, faltam muitas peças e partes na cadeia de suprimentos da indústria de aviação, o que inclui a dificuldade para aquisição de todo tipo de componentes. O setor padece também de escassez de mão de obera.

O mundo não tem aviões suficientes para atender a demanda pós-covid

Aumento da demanda por viagens aéreas gerou uma onda de renovação de frotas de aeronaves. (Foto: Pexels)

Passagens caras

Com menos aeronaves do que o mercado demanda, a tendência é a persistência dos preços altos nas tarifas aéreas.  Segundo especialistas do setor aéreo, as tarifas não apenas devem manter os atuais valores como podem subir.

“As pessoas se acostumaram com a redução de tarifas durante a pandemia. Mas isso acabou e a reabertura da China tende a piorar a situação”, afirma Ajay Awtaney, fundador do site LiveFromALounge.com. “Não é apenas uma escassez de aviões, mas também outros fatores, como os preços do petróleo”, destacou o especialista.

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Com o aumento da demanda das companhias aéreas em todo o mundo após a suspensão das restrições da pandemia de Covid-19, as operadoras iniciaram uma corrida para renovar as frotas envelhecidas de aeronaves comerciais. Como a demanda é maior que a capacidade de entrega dos fabricantes cria-se uma longa fila de espera.

Airbus reduz meta de produção

No início de dezembro, a Airbus reduziu sua meta de entrega de 700 jatos em 2022. A causa da redução foram os já citados problemas na cadeia de suprimentos. A indústria alertou ainda que a alta nos custos da energia pesará fortemente sobre os pequenos produtores de peças, que têm uso intensivo de eletricidade.

“Não conseguimos um avião a tempo, seja um 737 Max ou um 787 ou um A330, A350”, disse Steve Udvar-Hazy, da Air Lease, a maior empresa americana de leasing de aeronaves, que faz encomendas diretas à Boeing, Airbus, Embraer e ATR, e arrenda os jatos para companhias aéreas em todo o mundo.

De acordo com a Air Lease, todos as aeronaves recebidas pela companhia nos últimos dois anos tiveram atraso. “Atrasaram entre seis a sete meses em relação ao previsto”, explicou o presidente-executivo da companhia.

“É uma combinação de problemas na cadeia de suprimentos, aumento rápido demais e escassez de mão de obra. Os trabalhadores da produção não podem trabalhar em casa. Então tem sido um problema real”, finalizou Steve Udvar-Hazy.

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