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Aquecimento dos oceanos antes do El Niño preocupa cientistas
(Foto: Pexels/Guilherme Xac)

Nunca os oceanos esquentaram tanto e tão rapidamente

A temperatura média da superfície dos mares no mundo aumentou cerca de 0,9°C, a maior marca dos últimos 15 anos

Por: Mario Augusto
Da redação | 25 de abril de 2023 - 20:55
Aquecimento dos oceanos antes do El Niño preocupa cientistas
(Foto: Pexels/Guilherme Xac)

O aquecimento acentuado dos oceanos preocupa os cientistas diante das várias consequências que esse fenômeno pode provocar. A primeira delas é a possibilidade de que o calor dos oceanos contribua para o aumento no aquecimento global.

Levantamento feito pelo Institute for Climate Research, de Potsdam, na Alemanha, mostram que a superfície global do mar atingiu um novo recorde de temperatura e nunca esquentou tanto e tão rapidamente.

Os cientistas ainda não sabem exatamente o que causou esse aquecimento recente e rápido dos oceanos, mas acreditam numa combinação de eventos climáticos, que pode levar a temperatura mundial a atingir um novo nível preocupante, até o final de 2024.

As principais consequências do aquecimento dos oceanos são:

Aquecimento dos oceanos antes do El Niño preocupa cientistas

Uma das consequências do aquecimento dos oceanos é o derretimento de geleiras que aumenta o nível dos mares. (Foto: Unsplash/Muhammad Nasir)

A ação do El Niño

A previsão, já para os próximos meses, é de que haja um forte evento climático graças ao El Niño, sistema climático que aquece o oceano causando grandes alterações no clima. Com os oceanos mais quentes a vida marinha fica ameaçada e as condições climáticas mais extremas podem elevar o nível do mar, causando chuvas intensas ou secas severas em diversas regiões do planeta, bem como tempestades tropicais no centro do Pacífico.

Nos últimos 15 anos, o  planeta acumulou tanto calor quanto nos 45 anos anteriores e a maior parte dessa energia extra foi parar nos oceanos. A consequência disso é o aumento recorde da temperatura geral dos oceanos. Em março, a temperatura da superfície do mar na costa leste da América do Norte chegou a 13,8°C, mais altas do que a média dos últimos 30 anos (1981 a 2011).

“Ainda não está bem estabelecido por que uma mudança tão rápida e tão grande está acontecendo”, alerta a oceanógrafa Karina Von Schuckmann, principal autora do novo estudo. “Dobramos o calor no sistema climático nos últimos 15 anos, não quero dizer que seja uma mudança climática, ou variabilidade natural ou uma mistura de ambos, ainda não sabemos. Mas vemos essa mudança”, afirma.

A temperatura média da superfície dos mares no mundo aumentou cerca de 0,9°C em comparação com os níveis pré-industriais e, nos últimos 4o anos, foi de 0,6°C. Isso é menor do que o aumento da temperatura do ar sobre a terra – que aumentou mais de 1,5°C desde os tempos pré-industriais, mas tem um impacto significativo sobre os oceanos.

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