Cientistas terão informações cruciais sobre o derretimento das camadas de gelo
O gelo marinho do Ártico está encolhendo a uma taxa de 13%, por década, de acordo com as medições feitas ao longo do período de 1981 a 2010. E, cada vez mais, os glaciologistas vêm descobrindo novos impactos causados pela perda da camada de gelo nos polos nas mudanças climáticas no planeta. Daí o surgimento da missão ICESat-2, da NASA.
A nova empreitada científica consiste em um novo satélite que permite um rastreamento de processos complexos, de longo prazo, que fornece informações cruciais sobre o derretimento das camadas de gelo. “O ICESat-2 é como colocar seus óculos depois de usar o ICESat (missão original, em 2007), os dados são tão precisos que podemos realmente começar a mapear os todos os pontos da superfície”, afirma o geofísico, Matthew Siegfried, e investigador principal do novo estudo.
E o espetáculo do novo satélite não para apenas na capacidade de oferecer dados importantes para prever o futuro das regiões polares. Mas também resolve um grande empecilho: a dificuldade de medir o gelo nos meses mais quentes, em que os blocos começam a derreter e a água acumulada ofusca o radar. Agora, através da inteligência artificial, a nova missão é capaz de identificar as mais variadas situações para oferecer retornos mais positivos para os pesquisadores. Os lasers espaciais também permitem que os glaciologistas acompanhem a movimentação de lagos subglaciais ativos. De acordo com o estudo, em 2021, na Antártica, existiam 130 ativos.
Com precisão, o satélite monitora esse sistema oculto, que se esconde abaixo do manto de gelo que vemos em fotos e vídeos. Esses lagos enchem e drenam a água para o oceano, como se fosse um encanamento. Isso tudo influencia na velocidade do degelo.
Com a intensificação das mudanças climáticas a vida das pessoas que moram nesses pontos extremos foi duramente impactada. Segundo o pesquisador Dr. Michel Tsamados, do University College London, essa população começou a enfrentar o degelo de forma mais intensa e, em algumas regiões, as pessoas não conseguem se deslocar. Com isso, viagens, buscas e resgates também foram impactadas.
“Medir durante todo o ano a espessura do gelo marinho a partir do espaço ajudará a fornecer melhores mapas para as populações e garantir a segurança para viajar por este terreno em rápida transformação”, explica Tsamados.
Os dados do ICESat-2 levarão a uma mudança radical em nossa compreensão de como o sistema de água subglacial oculto do Ártico opera, que é um ingrediente crucial para como uma camada de gelo se comporta e evolui”, diz o estudo publicado pela Advancing Earth and Space Science.
Veja como o ICESat-2 funciona: