Este é o terceiro operador de criptomoedas que morre em circunstâncias não esclarecidas em poucas semanas
O bilionário russo, Vyacheslav Taran, de 53 anos, morreu na queda de seu helicóptero, que fazia um percurso entre Lausanne, na Suíça, e Villefranche-Sur-Mer, na Riviera Francesa. Dois detalhes do misterioso acidente chamam a atenção da polícia francesa: o tempo estava bom, com céu claro, e um passageiro que deveria estar no helicóptero desistiu da viagem no último minuto.
Também chamou a atenção dos policiais de Nice, que estão investigando o caso, o fato de que o piloto francês, de 35 anos, que não teve a identidade revelada, era conhecido por sua experiência em helicópteros. O acidente ocorreu a poucos quilômetros de Mônaco.
Vyacheslav Taran era um dos fundadores da plataforma de investimentos e de operações com criptomoedas, Libertex. Nos últimos 10 anos, Taran residia em Mônaco, de onde comandava as operações de suas empresas. A mulher dele, Olga Taran, é dona de um grupo de revistas e mídia digital, no principado, denominado Hello Monaco.
Versões divulgadas pela agência de notícias da Ucrânia, UNIAN, Vyacheslav Taran tinha ligações com os serviços de espionagem russos e também seria responsável pela lavagem de dinheiro de outros milionários e bilionários russos, por meio de operações com criptomoedas.
Quatro mortes suspeitas
Desde o início deste ano, outros 4 russos morreram em circunstâncias altamente suspeitas.
Victor Cherkesov, ex-agente da KGB e ex-mentor de Vladimir Putin, morreu de uma “séria doença”, segundo os jornais de Moscou, após criticar publicamente a invasão da Ucrânia.
Ivan Pechorin, diretor da Far East and Arctic Development Corporation, “caiu de seu iate”, em Setembro, também de acordo com a imprensa de Moscou.
Pavl Pchelnikov, diretor da Russian Railways, foi morto a tiros, em seu apartamento, em Moscou.
Alexander Tyulakov, executivo da Gazprom, foi encontrado enforcado, em sua casa, em Moscou. A Gazprom é a gigante russa da área de gás, controlada pelo Kremlin.
Mistério no mundo das criptomoedas
Mortes misteriosas também se espalham entre operadores de criptomoedas.
O corpo de Nikolai Mushegian, de 29 anos, que fez fortuna em poucos anos, negociando com moedas digitais, foi encontrado por um surfista, em 28 de Outubro, nas águas de uma praia de Porto Rico. Antes de desaparecer, ele postou mensagens no Twitter, dizendo que estava sendo perseguido “pelo Mossad e pela CIA” e também que uma ex-namorada sua era “espiã”. Mas seus amigos e parentes revelaram que ele tinha um histórico de problemas mentais e descartaram a hipótese de perseguição.
Tiantian Kullander, co-fundador do Amber Group, especializado em moedas digitais, morreu “enquanto dormia”, no dia 23 de Novembro, segundo um comunicado da empresa. A nota não revelou o local da morte. O Amber Group, avaliado em 3 bilhões de dólares, tem sede em Singapura e mantém operações em Zurique, Hong Kong, Londres, entre outras cidades da Ásia e Oriente Médio.
Gerald Cotten, fundador da empresa de QuadrigaCX, teria morrido sem deixar as chaves para acesso a criptomoedas, avaliadas em centenas de milhões de dólares. Há quem acredite que Cotten forjou sua morte e fugiu com o dinheiro da empresa. A morte teria ocorrido enquanto Cotten estava em lua-de-mel na Índia, em 2018. O caso foi tema de um documentário da Netflix, intitulado: “Trust No One”.
Também em 2018, outro operador de criptomoedas, Matthew Mellon, morreu de ataque cardíaco, enquanto se preparava para ingressar numa clínica de reabilitação de drogas, em Cancun, no México. Quando faleceu, Mellon acumulava cerca de 200 milhões de dólares em moedas digitais e também não deixou as chaves de acesso, a exemplo de Cotten.