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(Foto: Twitter/Diana Gurtskaya)

Ministro russo morre durante voo. Mais um na lista de inimigos do Kremlin

Ministro, que criticou a invasão da Ucrânia pela Rússia, passou mal durante voo de Havana para Moscou

Por: Carlos Taquari
Da redação | 22 de maio de 2023 - 20:55
(Foto: Twitter/Diana Gurtskaya)

Pyotr Kucherenko, vice-ministro de Ciências da Rússia, passou mal durante voo de Havana para Moscou. O piloto fez um pouso de emergência, em Starvopol, no Sul da Rússia e os médicos tentaram procedimentos de emergência, mas não adiantou. Kucherenko, de 46 anos, morreu. Em conversa particular, recente, ele havia criticado a invasão da Ucrânia pelas tropas russas, que considerou “uma atitude fascista”.

Depois que essa conversa vazou para o serviço secreto russo, Kucherenko confidenciou a um amigo que vivia à base de tranquilizantes e que mal conseguia dormir. Segundo o amigo, ele sabia que seu destino estava traçado. “Aqui ninguém pode falar nada”, lamentou. Kutcherenko era casado com a cantora Diana Gurtskaya, nascida na ex-república soviética da Georgia, que perdeu a visão ainda criança.

Ministro russo morre durante voo. Mais um na lista de inimigos do Kremlin

Pyotr Kucherenko: vivia à base de tranquilizantes. (Foto: Twitter/Diana Gurtskaya)

Mortes repentinas 

Foram tantas as mortes de inimigos ou supostos inimigos do Kremlin, após a invasão da Ucrânia, que a imprensa internacional batizou o fato de: “A Síndrome das Mortes Repentinas na Rússia”.

O caso mais recente, foi de um executivo da área de energia, Igor Shkurko, que apareceu morto na prisão. A versão oficial diz que ele havia sido preso por, supostamente, receber propinas.

O general Alexei Maslov, ex-comandante das forças terrestres da Rússia e que também representou o país como embaixador junto à OTAN, a aliança militar do Ocidente, apareceu morto “após uma queda”.

A morte de Maslov se seguiu a de outro militar, também ocorrida em circunstâncias estranhas: o general Alexander Buzakov, de 65 anos, diretor do estaleiro de São Petersburgo, encarregado da construção de novos submarinos, morreu “de forma repentina”, segundo a imprensa oficial russa.

Pavel Antov, magnata do setor de carnes industrializadas. “Caiu” do alto de um hotel na Índia, onde passava férias com amigos.

Os corpos de dois diretores da gigante do setor de gás, Leonid Shulman e Alexander Tyulakov, foram encontrados no início deste ano, ao lado de notas de “suicídio”.

Em seguida, no espaço de um mês, três executivos, Vasily Melnikov, Vladislav Avayev e Sergey Protosenya, também foram encontrados em situações descritas como suicídio, mas com indícios de assassinato.

Em Maio do ano passado, a polícia russa encontrou o corpo do proprietário de um resort de luxo em Sochi, Andrei Krukovsky. Ele teria caído do alto de um rochedo.

Para Aleksandr Subbotin, executivo da indústria de gás, a morte chegou por um suposto envenenamento.

Em Julho, o corpo de Yuri Voronov, executivo da área de energia, foi encontrado boiando na piscina de sua mansão, em São Petersburgo. Ele tinha um ferimento de bala na cabeça.

Em Agosto, Dan Rappaport, critico de Putin, nascido na Letônia, aparentemente caiu da janela de seu apartamento em Washington, a pouco mais de um quilômetro da Casa Branca.

Poucos dias depois, Ravil Maganov, diretor de uma empresa de petróleo, morreu ao cair do sexto andar de um hospital, em Moscou, onde havia sido internado para tratar de “uma severa doença”.

Para Grigory Kochenov, diretor de uma companhia de tecnologia, o salto para a morte foi da varanda de um apartamento.

Já um magnata do setor imobiliário, Dmitri Zelenov, despencou do alto da escada de um hotel, em Antibes, na Riviera Francesa, depois de um jantar com amigos. Estranho o fato de não usar o elevador…

Em Setembro, Pavel Pchelnikov, de 52 anos, foi encontrado morto na varanda de seu apartamento, em Moscou. Pchelnikov, era diretor da empresa de ferrovias da Rússia. Versão oficial de Moscou: ele se matou com um tiro.

Ivan Pechorin, alto executivo da Corporação de Desenvolvimento do Extremo Leste e do Ártico, morreu ao “cair de seu iate de luxo”, perto de Vladivostok.

Anatoly Geraschenko, presidente do Instituto de Aviação de Moscou, morreu “ao cair do alto de uma escada”, segundo um comunicado distribuído pelo instituto que ele dirigia.

Vladislav Avayev, de 51 anos, ex-vice-presidente do Banco Gazprom e ex-alto funcionário do Kremlin, foi encontrado morto em seu apartamento, em Moscou.

Envenenamento com um guarda-chuva

De todos os casos de mortes misteriosas, o que mais parece ter saído de um thriller de ficção de espionagem é a morte de um dissidente búlgaro, ocorrida na Inglaterra.. Perseguido pela polícia secreta búlgara, Giorgi Markov se refugiou em Londres, em 1978. Em Setembro daquele ano, Markov caminhava pela ponte Waterloo, quando sofreu uma forte dor na perna. Agentes búlgaros, com apoio da da antiga KGB soviética, o espetaram com um guarda-chuva. Levado para um hospital, os médicos encontraram uma minúscula cápsula no local do ferimento. Mas era tarde demais. O veneno já havia penetrado em sua corrente sanguínea e Markov não sobreviveu.

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