Você já conversou com um alienígena hoje? Eles se intitulam starseeds e pensam que têm a missão de guiar a humanidade
Tem gente que acredita ser alienígena ou que tem um cérebro alienígena num corpo humano. E não são poucas as pessoas que se consideram como starseeds, ou sementes de estrelas, como elas se intitulam. Para começar, elas acreditam que vieram de outras dimensões do universo com a missão de guiar a humanidade para uma “era dourada”, plena de felicidade, alegria, prosperidade e evolução.
Basta uma olhada rápida na internet pra se ter uma ideia de até onde vai essa crença. Uma busca no termo starseeds leva a mais de 4 milhões de resultados, incluindo vídeos postados no TikTok, Instagram e Facebook. No TikTok, o conteúdo starseeds registra mais de 1 bilhão de views.
Ao contrário das “almas terrenas, que reencarnam na Terra”, como os “sementes de estrelas” se referem aos “humanos comuns”, eles pensam ter vindo de outro planeta para renascer por aqui. E mais: acreditam também que representam um elo de ligação entre “o divino e a Terra”, além de terem a capacidade de se transportar para outras galáxias, via meditação. A comunicação entre os starseeds, eles garantem, é feita por uma “forma que ultrapassa as limitações humanas e representa a linguagem da alma”.
Um dos principais defensores da ideia dos starseeds é o escritor norte-americano Brad Steiger (1936-2018), autor do livro “Gods of Aquarius”, onde levantou a hipótese de que algumas pessoas têm origem em outras dimensões. Steiger também escreveu outros livros sobre alienígenas e vida extraterrestre.
Outro livro que aborda a questão é: “The Beginner’s Guide do Starseeds: Understanding Star People and Finding Your Own Origins ( O Guia para Iniciantes do Starseeds: Compreendendo a Pessoa Estrela e Descobrindo Suas Próprias Origens) da jornalista norte-americana Whitney Jefferson Evans.
Os seguidores dessas ideias sugerem alguns caminhos para descobrir se uma pessoa é uma starseed. A princípio, é preciso ter um forte senso de intuição, ter um “espírito elevado”, estar em busca permanente de um significado para a vida e, ao mesmo tempo, sentir uma “certa falta de pertencimento”. Mas há muito mais entre esses seres, de acordo com suas crenças. Eles cultivam a empatia, são sensíveis e desfrutam de uma saúde física e mental acima do normal, “uma vez que suas almas não estão habituadas a um corpo humano”. Um starseed estará sempre pronto para ajudar a humanidade mas, ao mesmo tempo, é sobrecarregado pela vida na Terra. Daí a necessidade de se “recarregar”, de tempos em tempos. Fazem isso buscando períodos de isolamento e meditação.
De volta à realidade
Algumas pessoas podem se reconhecer nas descrições acima. Não são poucos aqueles que dizem estar em busca de um sentido para a vida e que sentem a chamada “falta de pertencimento”. Mas estudos da Psicologia mostram que sentimentos como esse podem estar associados à depressão ou até a certas psicopatias.
Então, o que leva essas pessoas a acreditarem na hipótese de que pertencem a outro planeta? Inicialmente, é preciso lembrar que até hoje não foi comprovada a existência de vida fora da Terra e também não há provas de que, algum dia, algum alienígena visitou nosso planeta. De acordo com o psicólogo norte-americano Bertram Forer (1914-2000), conhecido por descrever o chamado “efeito Forer”, trata-se de um traço encontrado em pessoas que acreditam que são dotadas de poderes especiais, entre outros, para prever acontecimentos ou para ler a mente dos outros. Forer explica que isso constitui uma espécie de fuga da realidade. Para entender melhor a questão, segundo ele, basta ver o número de pessoas que acreditam em horóscopo.
Esse texto é um resumo do artigo escrito por Ken Drinkwater, Pesquisador em Parapsicologia Cognitiva, da Manchester Metropolitan University- Reino Unido; Andrew Denovan, Pesquisador em Psicologia da Universidade de Huddeersfield; e Neil Dagnall, pesquisador em Psicologia Cognitiva Aplicada, da Manchester Metropolitan University. O artigo foi originalmente publicado pela revista The Conversation, sob licença da Creative Commons.