Laboratório dinamarquês tem crescimento meteórico no ranking e fica atrás apenas de gigante francesa da moda
The Washington Post
Um dos medicamentos para perda de peso mais conhecidos do mundo, sucesso entre as celebridades Hollywood e uma das poucas alternativas para combater a obesidade atualmente, foi decisivo para a empresa dinamarquesa Novo Nordisk mais que dobrar de valor.
Estamos falando do Wegovy, que sumiu das prateleiras das farmácias desde que obteve a aprovação do Departamento de Saúde dos Estados Unidos (Food and Drug Administration FDA) em junho de 2021, ao lado do Ozempic, medicamento para diabetes que também é usado como inibidor de apetite. Com as vendas de produtos para obesidade, a Nordisk cresceu no mercado e passou a valer 336 bilhões de dólares (1.765 trilhão reais) em 2022, tornando-se a segunda empresa mais valiosa da Europa e colocando a gigante suíça Nestlé, de 160 anos, na terceira posição do ranking.
A farmacêutica ainda está atrás da LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy ), conglomerado de artigos de luxo de 448 bilhões de dólares (2.353 trilhões de reais), maior empresa da Europa em valor de mercado. O grupo dinamarquês andou 6 posições em apenas dois anos com as suas ações agora valendo em torno de 150 dólares (787 reais).
“Ainda está no começo, mas a necessidade médica é clara e o número de pacientes em potencial é enorme”, disse Ulrica Slane Bjerke, gerente de portfólio do fundo de saúde Arctic Aurora LifeScience, que investe pesado na empresa dinamarquesa.
Analistas do banco de investimentos Cowen preveem que o mercado mundial de terapias para perda de peso valerá 30 bilhões de dólares (158 bilhões de reais) até 2030, embora algumas estimativas otimistas falem em até 50 bilhões de dólares (263 milhões de reais)
Os pesquisadores descobriram que o Ozempic ajuda os pacientes a perder uma média de 4 a 6 quilos, enquanto pessoas que utilizam o Wegovy perdem cerca de 15% do peso corporal, isto é, uma pessoa de 100 quilos fica com 85, por exemplo. Ambas as drogas são baseadas na tecnologia de inibição do apetite, embora apenas o Wegovy seja aprovado para o tratamento da obesidade até agora.
A procura foi tão grande pelos dois medicamentos, que eles chegaram a acabar nas drogarias. No entanto, a Nordisk informou aos investidores em sua reunião geral anual que os gargalos de fabricação foram resolvidos e a produção estava sendo expandida nos EUA e na Dinamarca.
Os analistas estão divididos sobre quanto mais a farmacêutica pode capitalizar com os dois remédios, que juntos representaram cerca de 43% da receita do grupo no ano passado, acima dos 30% em 2021, nos EUA. Outro ponto que preocupa alguns especialistas é que a concorrente americana Eli Lilly, também está oferecendo no mercado seu medicamento (Mounjaro tirzepatide) análogo ao hormônio GLP-1, que causa a sensação de saciedade e e leva à perda de peso.